Menos atividade industrial, menos faturamento e menos empregos. Este trinômio prevaleceu no ano de 1015, o segundo em sequência apresentando retração na economia local puxada pela crise nacional. Os dados completos estão no trabalho Panorama Socioeconômico, que chega à sua 45ª edição e que foi apresentado em reunião almoço no CIC esta segunda-feira.
Conforme constatou um dos organizadores do trabalho, o professor e doutor Fabiano Larentis, da UCS, o decréscimo de 11,5% no faturamento das empresas é ainda pior quando comparado com os dados do Estado e do país, respectivamente com quedas de 3,4 e 3,8%. Uma das explicações para tanto é que o principal consumidor das empresas locais é o mercado interno.
De forma setorizada o decréscimo se deu em maior razão na indústria: 13%, seguida do comércio, 11% e serviços, 4,4%. “Em termos reais voltamos ao patamar de 2009”.
Os números refletem o desempenho de 2015 e não parecem restar dúvidas que em 2016 a situação se revelará igualmente ruim. A boa notícia, segundo prevê o presidente do CIC Laudir Piccoli, é que em 2017 a queda será estancada para que no ano seguinte as empresas voltem a ter um cenário de crescimento.
De positivo mesmo, o ano de 2015 apresentou crescimento do setor vinícola, com 1,7%. Foi o único segmento analisado com crescimento.
Mais MEIs
Outro registro digno de nota e que demonstra mudança estrutural no panorama da economia local é o aumento significativo de microempreendedores municipais (MEIs). Em 2014 representavam 8% do total de empresas em Bento Gonçalves. Em 2015 são praticamente 30%, com 4.176 cadastros num universo de 14.074 empresas.
Menos empregos
Quando se fala em geração de empregos, apenas o setor de serviços teve desempenho positivo em 2015 com 0,6% sobre o ano anterior. O comércio fechou 2,1% das vagas e a indústria 9,2. A média, portanto, ficou em menos 4,2%.
Diante da queda brusca na atividade de transformação a participação do setor industrial na economia do município foi reduzida de 66 para 62%. Já comércio aumentou sua participação de 20 para 225 e os serviços de 14 para 16%.