Basquete

Em Caxias, medalhista olímpica defende qualificação da gestão esportiva no Brasil

Kelly Santos Muller, ex-pivô da Seleção Brasileira de Basquete, esteve na cidade no último final de semana

Medalhista olímpica Kelly Santos esteve em Caxias do Sul
Medalhista olímpica Kelly Santos esteve em Caxias do Sul (Foto: Marcos Cardoso/Grupo RSCOM)

Muito se falou sobre os legados esportivos que a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016) deixariam no Brasil. Passados nove e sete anos, respectivamente, de cada um desses megaeventos, o país ainda carece de representatividade nas mais diversas modalidades. No último final de semana, Kelly Santos Muller, ex-pivô da Seleção Brasileira de Basquete, e medalhista olímpica nos jogos de Sydney 2000, esteve em Caxias do Sul para disputar os jogos abertos pelo Instituto Marco Antônio Crespo (IMAC). Antes da competição, ela falou com a reportagem do Portal Leouve, e defendeu a qualificação dos gestores brasileiros.

Logo que chegou na cidade, ainda na manhã de sexta-feira (11), a medalhista olímpica esteve reunida com a prefeita em exercício Paula Ioris (PSDB) ao lado dos administradores do IMAC, Iula e Marco Antônio Crespo. No encontro, falaram sobre o futuro do basquete na cidade e também do desenvolvimento esportivo no município. Mais tarde, Kelly teve contato com jovens atletas do instituto.

“Ver crianças apaixonadas pelo esporte, com a mesma paixão que a gente tinha [quando era mais nova], para mim é super válido”.

A medalhista olímpica, que além de ter ido ao pódio em 2000 também esteve nas quadras em 2004 (Atenas), 2008 (Pequim) e 2016 (Rio de Janeiro), destacou que o esporte foi, e segue sendo, fundamental em sua vida. Com especialização em gestão esportiva pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), destacou ser preciso mudar o olhar para o desenvolvimento das mais diversas modalidades no país.

“Eu gostaria que as pessoas entendessem que o esporte, além de uma ferramenta de transformação social, também é uma ferramenta socioeconômica, e isso que os empresários precisam entender, o governo precisa entender, [e] que as pessoas envolvidas no esporte precisam entender e se preparar”.

Kelly define sua carreira como bem sucedida. Além de ter atuado por grandes clubes no Brasil e no exterior, como o Detroit Shock e Seattle Storm na WNBA e o Besiktas na Turquia, uma de suas maiores vitórias de sua trajetória profissional foi bancar o ensino superior da mãe e dos irmãos. Dessa forma, para a ex-pivô da Seleção Brasileira, os esportes devem estar inseridos nas mais diversas comunidades, criando raízes.

“O esporte para mim é o que faz aqui no instituto [IMAC], que é um trabalho de médio a longo prazo. O esporte tira da rua, traz o respaldo financeiro que eu pude dar para a minha família, que é a evolução socioeconômica. Mas, no Brasil, o esporte é ser campeão”.

Para a medalhista olímpica de 2000, sua carreira nas quadras está encerrada profissionalmente, porém, fora delas, está só começando. Quer, nos próximos anos, criar um projeto social na comunidade em que nasceu, além de contribuir para a formação de jovens atletas. Hoje, ela faz parte de seis projetos, incluindo o IMAC em Caxias do Sul. Além de ir ao pódio com a Seleção Brasileira de Basquete em Sydney, também tem duas medalhas de Pan-Americanos: bronze em Santo Domingo em 2003, além da prata no Rio de Janeiro em 2007.