Memória LEOUVE

Doces ou travessuras

Doces ou travessuras

 

Doces ou travessuras? a pergunta costuma ser dita em 31 de outubro, o dia do Halooween nos Estados Unidos, ou dia das bruxas, que se popularizou também no Brasil graças às escolas de idioma, mas também por inúmeros filmes trash ou não abordando o tema.

 

Pois parece que este final de ano guarda aos cidadãos um pouco de ambos, mas menos doces e mais amarguras. As guloseimas do final de ano, apesar de toda a torcida e de esforços de comerciantes vão ser reduzidas. Não é possível que após um ano tão difícil se gaste o mesmo que nos anos em que se pensava viver na fartura – pensava-se porque na verdade estávamos comendo uma gordura que agora faz e fará falta.

 

Quanto às travessuras, bem, estas serão fartas de parte dos governos em qualquer esfera. O Governo do Estado do Rio Grande do Sul foi o primeiro. Anuncia esta tarde uma série de medidas que levantará protestos, fará gente ranger dentes e vociferar contra a perda de direitos adquiridos.

 

Quero lembrar que não sou funcionário público e a lei me garante que o salário mínimo deve garantir alimentação, moradia, educação, saúde e lazer. Mas não me arrisco a trabalhar por um salário mínimo porque sei que não será possível pagar a terça parte destas necessidades. Quero dizer com isto que se há direito garantido é preciso saber com que recursos se pagará estas garantias.

 

O que temos visto é um estado à beira do abismo. Que não consegue garantir o pagamento dos seus funcionários e que tem autarquias e repartições que se mostram nos dias de hoje prescindíveis. Um estado que não entrega a segurança, nem infraestrutura e não cumpre sua parte no repasse de recursos à saúde entre tantas outras carências inaceitáveis.

 

Todo e qualquer pacote sempre é recebido com restrições. Haverá partes que serão questionadas e sempre com mais ênfase pelas pessoas afetadas diretamente. Mas o que se exigia do Governo Sartori é que ele agisse, que tomasse medidas, que desse um basta no estado de coisas que encontrou ao assumir o Governo.

 

Sartori não pode e não deve se preocupar em fazer seu sucessor. Precisa administrar remédios amargos e o está fazendo. Afinal vivemos no Rio Grande do Sul uma situação de calamidade financeira.

 

 

 

O clima deste final de ano, cá entre nós, parece que vai ter mais clima de velório do que de festa natalina. Os tempos assim o exigem. Esperemos que passado o luto, venham boas consequências e a volta do crescimento.