Cerca de 44% dos homens que chegam ao Instituto do Câncer do Hospital Tacchini para o tratamento do câncer de próstata, atualmente o tumor mais maligno entre os homens com mais de 50 anos, já estão em estágio avançado, conforme relatos do médico Urologista Thiago Cusin, em entrevista coletiva realizada na tarde da última quarta-feira, dia 9, nas dependências do instituto.
A entrevista, que teve como tema a “Incidência e Prevalência do Câncer de Próstata na Região: nossa realidade” foi realizada como parte da programação do “Novembro Azul”, mês em que se evidencia as informações sobre detecção e prevenção da doença.
Além de Cusin, o trabalho é realizado pelos médicos Fernando Obst, diretor do Instituto do Câncer e Juliana Giacomazzi, gerente do Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde. Na coletiva foram explanados alguns números da microrregião de Bento Gonçalves, atendida pelo instituto. Atualmente o hospital é referência no tratamento do câncer. São 22 municípios atendidos na quimioterapia e 24 na radioterapia.
Conforme os números, de janeiro a outubro de 2016 foram atendidos mais de 15 mil casos de pacientes com câncer e realizadas cerca de 19 mil sessões de tratamento oncológico, sendo os cânceres de pele, mama e próstata os de maior incidência entre homens e mulheres da microrregião.
No caso dos casos de câncer de próstata, a previsão é de que existam cerca de 70 mil novos casos da doença no Brasil neste ano. O Médico Cusin ressalta que o principal obstáculo enfrentado nos casos de câncer de próstata é o preconceito dos homens com relação a prevenção e detecção da doença, mas destaca que o cenário está mudando “o principal obstáculo é o preconceito que nó temos com isso, eu acho que cada dia isto está caindo mais, as pessoas estão cada vez tendo mais preocupação com a saúde, e estão procurando o urologista de forma mais precoce, só dessa forma nós conseguiremos podemos diminuir os dados de aumento de cânceres avançados e dessa forma o diagnóstico precoce e a cura desse tipo de doença”.
Durante a coletiva também foram passados os fatores de risco da doença. Segundo os números, o histórico familiar, a idade – homens acima dos 50 anos, ou 45 se fizerem parte do grupo de risco – a cor da pele – homens negros tem mais casos – e obesidade.
Diagnóstico e tratamento
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Muito importante, o primeiro diagnóstico do câncer de Próstata, pode ser identificado, no exame de PSA (Prova do Antígeno Prostático) que mede o nível de PSA no sangue. O PSA, propriamente dito é nada mais que um ingrediente produzido pela próstata, e que pode ser encontrado no sangue. Para homens com idade entre 40 e 50 anos, o nível de PSA considerado normal deve ser de 2,5mg/ml de sangue. Já para homens com idade entre 50 e 60 anos, o nivel de PSA deve estar abaixo de 4mg/ml.
Segundo o médico, níveis acima de 4mg/ml, podem significar o câncer, mas não necessariamente indicam que o paciente tem a doença “nem todo o paciente que hoje tem o PSA alterado, terá câncer de próstata, mas qualquer sintoma, uma dificuldade urinária, um acordar muitas vezes a noite para urinar, uma obstrução da saída da urina, tem que ser levado ao seu médico para ele ter um diagnóstico mais preciso da doença”.
A partir de uma alteração no PSA, o médico indica o exame de toque retal e se este exame também apresentar alteração, o paciente é encaminhado para uma biópsia de próstata, que é hoje o meio mais preciso para detecção da doença.
Após o diagnóstico da doença o paciente é encaminhado para o tratamento. Segundo dados apresentados na coletiva de imprensa, do diagnóstico do médico, até a primeira consulta com o especialista no Instituo do Câncer se leva em média 22 dias. Dessa primeira consulta até o início do tratamento mais 23 dias em média.
Conscientização
Segundo Cusin a divulgação incisiva da doença é a única forma de quebrar o preconceito e diminuir os casos do câncer de próstata “a única forma é nós conscientizar os homens, assim como as mulheres começam a realizar os exames precocemente com 13, 14 anos, o homem tem que começar a ter uma consciência um pouco mais de sua saúde” finalizou.
O Instituto do Câncer do Hospital Tacchini tem como objetivo “oferecer um serviço de excelência a comunidade em infraestrutura única, com atendimentos multidisciplinares em ocncologia para diagnóstico, terapêutica e acompanhamento”.
