“Família, família, família”: assim a comunidade define o que representa a Sociedade Esportiva e Cultural Bahia, clube do bairro Pioneiro, na Zona Norte de Caxias do Sul, que celebrou 50 anos de fundação em um jantar na noite deste sábado (5). Tão verdade é a união em torno do time, que a Igreja Nossa Senhora Aparecida ficou lotada, com mais de 400 pessoas, para a entrega do Prêmio Caxias do Sul à agremiação cinquentenária.
Por iniciativa de José Jamir Teles da Silva e sua esposa, Maria Teresa da Silva, nasceu em 1973 a SEC Bahia, unindo jogadores, amigos e familiares, com as cores azul e vermelha. Já nos anos 1980, o clube ampliou suas atividades com escolinhas infantis e veteranos, e fundou a diretoria feminina.
De lá para cá, não faltam triunfos, viagens e histórias ao time, que já levou sua bandeira a municípios como Farroupilha, Garibaldi, Bento Gonçalves, Fagundes Varela, Arroio do Silva, Torres e Santana do Livramento.
Atual presidente da SEC Bahia, Éder Ribeiro de Azevedo, 45, conta que a diretoria tem a ambição de implantar uma escolinha de futebol e de levar ainda mais a presença das famílias aos jogos. Ao mesmo tempo, ele entende que a homenagem simboliza dever cumprido.
“É um sentimento de muito amor e carinho. Sentimento de um legado bom, que vem se seguindo, e que só nós dá alegria, em ver o tempo passar e as pessoas gostarem cada vez mais do nosso clube”, vibrou.
O Prêmio Caxias é concedido pela Câmara de Vereadores a pessoas ou entidades que se destaquem em serviços prestados à comunidade nos mais diferentes campos de ação. Quem propôs a concessão à SEC Bahia foi a mesa diretora, presidida pelo vereador Zé Dambrós (PSB), que prestigiou o momento. O parlamentar é, inclusive, morador do Pioneiro.
Para ele, o time tem participação em todas as ações do bairro. Dambrós lembrou dos esforços da comunidade para financiar estruturas importantes do clube, como os vestiários e o próprio campo de futebol.
“Eu vim a pé, [minha casa] dá 200 metros aqui do salão. Nós temos aqui no Pioneiro um time que representa a união, a perseverança, a integração das famílias. Nós temos como escola a SEC Bahia. E eu fico muito feliz, por que tirar o Prêmio Caxias de dentro da Câmara e trazer para a comunidade é importantíssimo”, evidenciou o presidente do Legislativo caxiense.
Além da entrega da honraria, celebrada por fundadores, dirigentes, jogadores e funcionários, aconteceu a apresentação do novo escudo da sociedade, repaginado e modernizado. As diversas mãos que ajudaram a construir e carregaram o clube por meio século foram homenageadas com placas e um vídeo especial, alusivo ao aniversário.
“É voltar ao passado e ver todas as coisas lindas que aconteceram, quando eu ia nas excursões, nas jantas. É uma saudade imensa”, refletiu a dona Nadir da Silva, 76, uma das fundadoras da sociedade.
O ex-zagueiro Claudir de Oliveira, 50, mais conhecido como Borracha, ressalta que é uma satisfação fazer parte do Bahia. Ele recordou de uma partida, disputada em Farroupilha, em meados de 1998, quando ficou chateado por ter sido escalado entre os reservas. Borracha enfrentou o presidente do clube, na época, Carlos Azevedo, o Diabinho, que também foi homenageado na noite deste sábado.
“Aí veio o Tio Carlos conversar comigo. Eu fiquei chateado de ter ficado no banco, e disse pra ele: ‘Bah, nunca mais vou vestir esta camiseta’ “, revelou.
Mas disse que a integração das famílias motivou ele a seguir fardando azul e vermelho.
“Hoje sou um dos diretores e faço parte dessa grande história”, finalizou Oliveira.
A festa contou, ainda, com o sorteio de rifas, distribuição de brindes em comemoração aos 50 anos da SEC Bahia e um baile animado pelos grupos Moda Brasileira e Sinergia.