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Guerra rebate acusações de Jó Arse em sessão na Câmara de Vereadores de Caxias

Guerra rebate acusações de Jó Arse em sessão na Câmara de Vereadores de Caxias

A denúncia de que o vereador e candidato a prefeito de Caxias do Sul Daniel Guerra (PRB) manteve um funcionário fantasma em seu gabinete, feita na semana passada na Câmara de Vereadores pelo vereador Jó Arse (PDT), já foi encaminhada à Comissão de Ética da Câmara. Na tarde desta segunda-feira, dia 24, os membros da comissão designaram o vereador Rodrigo Beltrão (PT) para ser o relator do caso. O Ministério Público (MP) também recebeu a denúncia, e deve se manifestar sobre o assunto nos próximos dias.

 

Mesmo assim, o assunto repercutiu com força na sessão da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul desta terça-feira, dia 25, que mais uma vez foi marcada pelo debate entre o candidato e os vereadores ligados à atual administração. Guerra rebateu as acusações e apresentou um vídeo que, segundo ele, prova que o funcionário esteve na Câmara durante os dias citados pelo vereador pedetista. Ele não poupou críticas ao vereador denunciante e a outros vereadores, como Guila Sebben (PP), que se manifestaram a favor da denúncia. “O que foi feito aqui é um orquestramento de marionetes, de políticos de coleira, que somente tem um objetivo: induzir o povo de Caxias ao erro. O problema do mentiroso é que ele tropeça na mentira e isso ninguém contesta”, afirmou Guerra.

 

O candidato a prefeito voltou a dizer que a acusação de que Heron Grohler Fagundes, atual coordenador de sua campanha e presidente do PRB, era um assessor fantasma da Câmara de Vereadores não procede.  “É claro que não existe nenhum funcionário fantasma. Quem me conhece sabe que jamais admitiria qualquer assessor sem que o mesmo prestasse os serviços à comunidade”, garantiu Guerra. Como prova, o vereador do PRB apresentou um vídeo das câmeras de segurança em que o assessor aparece saindo do gabinete. As imagens foram questionadas pela oposição.

 

Jó Arse explicou porque não encaminhou a denúncia antes, e questionou as imagens apresentadas por Daniel Guerra como provas. “Não encaminhei essa denúncia antes porque analisei as 540 horas de vídeo, que você mesmo disse que levaria 67 dias para analisar. E ainda outra pessoa também analisou para que não ficasse somente a minha opinião. Além disso, as imagens que você apresentou não tem data”, questionou Arse.

 

O vereador, então, partiu para o ataque contra Guerra. “O senhor mente para a sociedade, mente nas câmeras, mente na rádio, e até agora o senhor não provou nada. Eu te desafio de novo. As câmeras não mentem, sua assinatura está ali. Você autorizou a pagar. Você com quatro CCs não consegue administrar. Você tem que ter mais coragem e vir para sociedade dizer que teve um deslize, ser humilde”, cobrou o vereador do PDT. “Se eu tivesse trazido antes, esse seu projeto de ser prefeito de Caxias talvez teria vindo por água a baixo. Você é o tipo da figura simples de definir: faça o que eu digo não faça o que eu faço”, disparou.

 

O vereador Elói Frizzo (PSB), que esteve ausente da Câmara de Vereadores por três anos e meio enquanto atuou no Samae a convite do prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT), também atacou Guerra. Ele disse que, desde a Legislatura passada, observava uma possível irregularidade no gabinete de Guerra, quando este ainda atuava como vereador do PSDB. Frizzo ainda definiu a denúncia atual como grave e cobrou a apuração dos fatos. “A denúncia trazida pelo vereador Jó Arse vai ser verificada. As denúncias são graves. Não vai ser incriminando um ou outro que vai tirar sua responsabilidade pelo crime. Se tem outros crimes que foram cometidos, precisam ser apurados”, defendeu.

 

Agora, caberá à Comissão de Ética da Câmara analisar os fatos e as provas apresentadas pela acusação e pela defesa para decidir o encaminhamento que o assunto terá no Legislativo. Mas é a opinião do MP que é a mais esperada nesse caso.