Memória LEOUVE

O desafio nas pequenas cidades

O desafio nas pequenas cidades

Nesta semana e ainda por ocasião das eleições municípios, dois domingos atrás, viemos tendo a oportunidade de conversar com candidatos e prefeitos eleitos aqui da região.

 

 De segunda-feira até ontem conversamos com os eleitos de Pinto Bandeira, Monte Belo do Sul e Santa Tereza. Três ex-distritos de Bento Gonçalves. São cidades com características diferentes, somadas terão pouco mais de oito mil moradores. A economia gira em torno da agricultura – exceção é monte Belo que já tem 50% do retorno do ICMS da indústria. Aliás um retorno que deve decrescer bruscamente no próximo ano, pois a crise está se fazendo ressentir.

 

Bem, se são oito mil ou se fossem apenas mil os cidadãos, eles são brasileiros, são gaúchos e se somados os moradores de pelo menos quatro mil municípios brasileiros, vivem todos em comunidades pequenos, essencialmente rurais. E lá se vive com   certo vagar. Sim, existe a sede do progresso, mas também uma nostalgia do passado com promessas de uma vida mais próspera. Muitas destas localidades pareciam se destinar a ser grandes centros, mas acabaram isoladas. O progresso foi por outro caminho.

 

O que viram estes candidatos, hoje futuros prefeitos nas visitas feitas aos eleitores é o Brasil que nem sempre aparece nos noticiários. Aliás os prefeitos das grandes cidades não tem este privilégio de conhecer in loco a realidade da maioria dos seus eleitores. Só os conhecem por amostragem.

 

Neste Brasil rural há muitos idosos e gente sem acesso à assistência médica; tem gente que carece de uma renda porque a pequena propriedade se tornou insustentável e não há emprego por perto. Então estimular o empreendedorismo deve ser política indispensável. É preciso criar renda, seja pelo estímulo ao turismo receptivo, seja criando pequenas indústrias ou agroindústrias.

 

 

Então, sim, é preciso investir em estradas melhores, em ofertar cuidados à saúde. Mas, apesar do desafio do desemprego ser maior em grandes centros, é preciso entender que só pelo estimulo a criatividade das pessoas, oportunizando-lhes a abertura de negócios, será possível gerar riqueza. É preciso quebrar a inércia. Está aí um desafio e tanto para estes prefeitos das pacatas comunidades do interior.