Comissão de Segurança Pública debate casos de arrombamentos a estabelecimentos na região Central de Caxias do Sul

A pauta da Audiência Pública desta quinta-feira (27) no Legislativo caxiense foi a onda de violência contra os estabelecimentos comerciais de Caxias do Sul. Promovida pela Comissão de Segurança Pública e Proteção Social, a reunião teve presença de diversos lojistas e seus representantes, vereadores, Polícia Civil, Brigada Militar, Guarda Municipal e Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social. Os trabalhos foram conduzidos pelo vereador Alexandre Bortoluz (PP), presidente da comissão, na Sala das Comissões Vereadora Geni Peteffi.

Caxias do Sul enfrenta uma expressiva lacuna deixada na segurança pública. Os últimos meses houve uma elevação no número de comércios arrombados e produtos furtados, que geraram prejuízos aos lojistas e também, transtornos psicológicos devido ao medo imposto. Diante disso, a reunião tratou dessas questões específicas na área do comércio e alguns pontos serão encaminhados à Secretária de Segurança Pública do Estado para tranquilizar e levar mais esperança aos empreendedores.

O espaço foi aberto ao público presente para realização de apontamentos e serem debatidas as questões de insegurança. A assessora Jurídica e de Relações Institucionais e Governamentais da CDL Caxias, Rita Piva Bertussi, explica que entre os principais pleitos dos associados estão a solicitação da contratação de mais policiais, a realização de operações táticas e a celeridade para o início do cercamento eletrônico na área central. A entidade sugere ainda mais investimentos para a melhoria na iluminação no Centro da cidade, visando inibir ações criminosas. “Neste primeiro semestre, tivemos um aumento de queixas de arrombamentos e furtos no comércio. Todas as semanas recebemos reclamações do meio empresarial, pois, além de causar insegurança à população, nossos lojistas acabam tendo grandes prejuízos. Durante o dia acontecem vários pequenos furtos, em que a pessoa entra no estabelecimento e se apropria de forma indevida de produtos, já à noite a principal reclamação é sobre a depredação de vitrines. Temos um associado, por exemplo, que só nos últimos 40 dias sofreu cinco arrombamentos, somando mais de R$ 40 mil em prejuízos”, lamenta a advogada, enfatizando a importância dos empresários registrarem boletim de ocorrência.

O vereador Alexandre Bortoluz ressaltou que um dos principais motivos e que será o foco principal, num primeiro momento enquanto comissão junto aos órgãos de segurança, é a falta de efetivo policial. “O que temos cobrado, incessantemente, desde 2021, é a falta de efetivo. Nós não temos recursos humanos. Caxias do Sul é a segunda maior cidade do Estado, um segundo maior PIB do Estado, inclusive, 600 mil habitantes, e temos apenas um batalhão de Polícia Militar, que é o batalhão de área que atende somente Caxias do Sul, o 12º Batalhão, e praticamente 300 militares. Não tem condições. Estamos cobrando diretamente para que o Governo do Estado mande mais efetivo para cá. A última turma que teve eles mandaram somente 13 soldados”.

O comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, Ricardo Moreira de Vargas, ouviu a explanação dos presentes e salientou que muitos dos problemas enfrentados hoje são questões de muitos anos atrás, por meio das legislações brasileiras, especialmente o serviço carcerário. “A gente veio aqui dizer para os senhores que a Brigada Militar está sempre aberta para melhorar a cada dia, para construir, e trabalhar integrado com as demais forças, pois precisamos tentar entender esse problema e chamar mais atores para esse processo. A gente precisa construir a segurança pública, a segurança precisa ser com todo o sistema de Justiça Federal. A gente só tem duas formas de melhorar a questão do controle do crime: ou é pela dissuasão que a polícia faz, tanto a preventiva quanto a investigativa, ou é pela inabilitação desse preso, ou seja, deixar encarcerado, pelo menos no tempo que ele tem para cumprir a pena”. O comandante relembrou, brevemente, sobre as ações realizadas na Estação Férrea e os trabalhos para combater a perturbação do sossego.