Memória LEOUVE

Um lugar sem lei

Um lugar sem lei

Os bandidos entraram no saguão do aeroporto. Calmamente tomaram o seu café e na hora exata descarregaram seus revólveres contra um jovem de 18 anos. Levou 17 tiros de presente no dia do seu aniversário. A situação ainda é um pouco nebulosa, mas tudo leva a crer duas coisas: o jovem estava no ugar errado, na hora errada; quem matou quis fazer um crime do tipo ostentação.

 

Pois é, agora tem disso. Não basta delinquir. Tem que exibir, ser flagrado pelas câmaras e ir parar nas redes de TV. E aí vem o outro debate nada subjacente: de quem é a responsabilidade pela segurança no aeroporto? Do Estado ou da Infraero?

 

Meu, já tomou um café ou comeu pão de queijo em aeroporto? Os preços são inflacionadíssimos. Tudo por conta do aluguel ou dos royalties ou do raio de nome que queiram dar que para a taxa que os restaurantes e lojas precisam pagar pra estar ali. Dinheiro que vai pra Infraero fazer o que mesmo?

 

Poucos meses atrás foi uma funcionária do aeroporto que morreu. Saia do trabalho e foi sequestrada e morta. Não tem policiamento. Parece que os marginais perceberam antes de nós. Aliás, antes a gente tinha que se preocupar pra não ser assaltado ao tomar o cafezinho. Assalto na hora de pagar e preocupação com o roubo da bagagem se houver descuido. Mas agora que as pessoas começaram a morrer eis que o debate surge: de quem é a obrigação do policiamento? Certamente não é do cidadão.

 

Muito possivelmente o ato destes dois jovens não seria impedido pelo policiamento ostensivo. Buscariam outro local para chegar ao resultado. A dor da família seria a mesma. Mas do jeito que fizeram, mandaram um recado curto e grosso para a sociedade:

 

 

 Aqui não tem lei.