Memória LEOUVE

Bandeiras, gastos e aperto de mão

Bandeiras, gastos e aperto de mão

Ontem eu ia desacelerando, chagando ao final de uma boa caminhada dominical, destas que andavam abandonadas por conta de um inverno interminável e que promete se despedir nesta quinta-feira, quando de repente me deparo com um candidato e ele me estende a mão dizendo: – “Gerson, eu preciso do teu voto”.

 

Bingo. É isso. Olho no olho, segurança, humildade(?), ter a coragem de dizer “eu preciso de você”. Não decidi ainda se voto nele. Mas ele fez o necessário. É assim que funciona com a maioria dos eleitores. Eles querem este contato, sentirem-se importantes, protagonistas por uns segundos.

 

Vivemos um tempo de redes sociais em que as opiniões se confundem entre boatos, maldades, puxa-saquismos. Bandeiraços e músicas chicletes que grudam e criam repulsa. Atenção marqueteiros: tudo que é demais cansa, enjoa, cria repulsa. Vira o fio.

Enfim, vamos levando e são ainda duas semanas para que o cidadão tome o seu devido lugar, o de dono de sua razão, o cara que tem o poder de decidir. Terá que se despir de falsos valores, desintoxicar de funks ou pagodes que tenham números decimais no refrão. Tem até o direito de votar em branco ou nulo, de errar  na escolha. Só não pode é ficar reclamando pelos cantos depois. 

 

 

Pois é, tanto excesso de cabos eleitorais, bandeiras, carros de som e intrigam. De onde surgiram tantos admiradores, tantos simpatizantes. Desconfio que este gasto estipulado pela nova lei eleitoral vem sendo olimpicamente menosprezado por alguns candidatos em Caxias, Bento e outras cidades. É um desestímulo àqueles que pretendiam seguir a regra. Sugiro ao ministério público eleitoral que se debruce sobre estes comitês dispendiosos.