Memória LEOUVE

A vitória do espírito humano

A vitória do espírito humano

Se os jogos olímpicos funcionam como uma espécie de elogio à perfeição e à capacidade de subir mais alto, correr mais rápido e se tornar mais forte, a grande lição das paralimpíadas que terminaram ontem foi deixar de lado os corpos perfeitos para elogiar a essência do espírito humano.

 

Uma essência do que realmente interessa, uma essência dos sentimentos humanos, de seres que acreditam, que esperam, que superam e que inovam. Enfim, a essência do que nos caracteriza e nos diferencia das outras espécies e nos coloca no topo da cadeia da evolução. Independente se temos dois braços, duas pernas que funcionam, olhos que veem ou ouvidos que escutam.

 

A verdade é que tudo parecia mais humano, mais solidário nas paralimpíadas. Uma grande festa da inclusão, que contemplou diferentes idades, gêneros e deficiências e mostrou o que cada um tem de melhor, independentemente de suas características ou limitações físicas ou mentais.

 

 

Não é a toa que um dos maiores desafios dos atletas paralímpicos é o de mostrar que as pessoas são todas iguais e quem assistiu às competições paralímpicas pode ver que essa sensação toma ares de verdade.

 

 

Mas mesmo assim, pode ver também o tamanho da exclusão e da dificuldade em conviver com as diferenças de maneira natural e mais igualitária.

 

 

A verdade é que nossa capacidade de adaptação a qualquer situação é imensa, mas é preciso muito esforço, muita entrega e muito mais vontade para quebrar barreiras. É muito mais difícil que quebrar recordes.

 

Por isso, a superação dos atletas paraolímpicos é sim um grande exemplo de vida.

 

 

Mas antes disso, o maior exemplo é perceber que eles são pessoas que, como qualquer um, simplesmente podem realizar suas tarefas, suas escolhas e viver as suas vidas.

 

 

E talvez seja essa mesmo a grande vitória: a vitória de uma ideia de que todos são capazes, independente das limitações. Essa é sim a grande vitória das paralimpíadas: a vitória do espírito humano.