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Debate da RSCOM marca o tom da campanha a prefeito em Bento

Debate da RSCOM marca o tom da campanha a prefeito em Bento

O primeiro debate eleitoral entre os quatro candidatos à prefeitura de Bento Gonçalves nas eleições municipais de 2016 – César Gabardo, Evandro Speranza, Guilherme Pasin e Neilene Lunelli –, realizado na noite da sexta-feira, dia 9, em uma parceria entre o Grupo RSCOM e o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC), marcou o tom que as candidaturas deverão adotar até o final da campanha.

 

Durante cerca de duas horas e meia, os candidatos apresentaram aos ouvintes das emissoras Oi FM 92.5 e Amizade AM 1070, e, pela primeira vez com transmissão ao vivo pela internet, aos internautas que acompanharam tudo pelo portal Leouve em suas plataformas digitais, suas ideias e propostas, questionaram adversários e responderam a questões formuladas por diversas entidades representativas da sociedade organizada, de setores produtivos e de categorias de trabalhadores da cidade.

 

Até o final da noite, pouco mais de cinco mil pessoas já haviam visualizado o debate ao vivo na página do Leouve no Facebook, e mais de três mil comentários haviam sido registrados até as 23h.

 

Assista aqui a íntegra do debate

 

Iniciando um pouco depois das 20h, o debate foi dividido em seis blocos, e começou com a apresentação dos candidatos, que tiveram três minutos para fazer uso da palavra, mas foi a partir do segundo bloco, quando os candidatos puderam fazer perguntas entre si, que o encontro teve mais consistência.

 

Logo no primeiro questionamento, o candidato à reeleição, Guilherme Pasin, foi sorteado para questionar o ex-secretário de seu governo, César Gabardo, em um encontro que se repetiu outras vezes durante a noite e marcou a tônica dos discursos dos candidatos. Enquanto Pasin buscava demonstrar as realizações de seu governo, Gabardo desconstruía o discurso tentando indicar porque seu partido deixou o governo.

 

Na primeira pergunta, Pasin questionou o adversário sobre seus planos para o turismo, quando Gabardo aproveitou para reafirmar a necessidade de soluções para problemas estruturais do interior. Em um dos episódios que mais chamou a atenção dos internautas, Gabardo protagonizou diversos comentários ao lembrar um jogo para smartphones para falar da falta de sinal de internet no interior.

 

“Brinco sempre ao lembrar de uma visita a uma localidade do interior, quando meu filho quis caçar pokemón e não tinha internet”, disse.

 

Os dois encerraram depois o primeiro bloco com as posições trocadas. Gabardo questionou Pasin sobre a insegurança e perguntou seus planos sobre a criação da guarda municipal, um dos compromissos da campanha que elegeu Pasin em 2012. O candidato à reeleição não descartou a importância da medida, mas afirmou que tem outros planos, como a convocação de policiais da reserva.

 

“Vamos contribuir com aqueles que tem condições de nos dar segurança, e não simplesmente fazer uma guarda que vai demorar para o seu treinamento e pouco eficiente será”, alertou.

 

No segundo bloco de perguntas entre os candidatos, Speranza lembrou suas raízes na colônia e questionou Neilene sobre as propostas para o interior do município. A única candidata à prefeita na cidade criticou a atual administração, anunciou a criação de uma patrulha rural a partir da implantação da guarda municipal e a realização de 100km de asfalto no interior.

 

“Esses agricultores já foram valorizados no governo de Lunelli, e serão ainda mais”, disse.

 

Logo depois, as posições se inverteram. A candidata Neilene atacou a administração atual questionando Speranza sobre a paralisação das obras de revitalização do bairro Municipal. Em sua resposta, o candidato falou sobre a responsabilidade de um eventual governo do PDT, prometeu manter todas as crianças nas creches e cortar gastos com CCs.

 

“Meu vice vai assumir uma secretaria. Tem como fazer economia, tem como colocar as crianças nas creches. O que não podemos é manter esse déficit. Temos que ter responsabilidade, e um governo se faz com prioridades”, afirmou.

 

Mas, ao responder a pergunta sobre o Municipal, Speranza suscitou o primeiro pedido de resposta concedido no debate: o candidato afirmou que as obras não haviam começado, afirmação inverídica, de acordo com a comissão organizadora, que concedeu dois minutos como direito de resposta ao candidato Guilherme Pasin.

 

O terceiro bloco, que repetiu o formato adota no bloco anterior, começou com o direito de resposta em que Pasin reafirmou o compromisso com a realização das obras no Municipal e tentou eximir a administração da responsabilidade pela paralisação das obras, falou da pavimentação de ruas e prometeu que a obra do Ceacri será retomada “nos próximos dias”.

 

“Não temos culpa que o vencedor do processo licitatório não conseguiu condições para terminar as obras”, garantiu.

 

O segundo bloco de perguntas entre os candidatos abriu como encerrou o primeiro: com Gabardo voltando a questionar Pasin sobre segurança, afirmando que o plano de governo do atual prefeito “não tem uma linha sobre segurança”, voltou a questionar a criação da guarda municipal e garantiu que a área será prioridade para ele. Na resposta, Pasin elencou avanços no Consepro, afirmou que tentará manter a presença de 30 policiais que farão treinamento na cidade e anunciou a criação de uma secretaria de Segurança no município.

 

A segunda rodada teve Speranza dando ênfase à estratégia de demonstrar que tanto a candidatura de Pasin quanto a de Gabardo representam a continuidade do modelo atual. Para isso, ele questionou Gabardo sobre sua participação no governo. O candidato afirmou que o partido deixou o governo para resgatar compromissos que a administração não teria mantido, como a construção de um hospital para atender pelo SUS, a solução para a carência de vagas na educação infantil e a criação da guarda municipal.

 

Em todo o debate, apenas mais um direito de resposta foi concedido. Desta vez, em favor do candidato Gabardo, quando Pasin, ao questionar a candidata Neilene Lunelli, afirmou que o adversário teria dito que metade dos estudantes das escolas do ensino médio em Bento consumiriam drogas, informação retirada de uma edição que descontextualizou uma entrevista do candidato concedida ao Leouve e que foi retirada pela Justiça em caráter liminar. Neilene aproveitou para afirmar que não acreditava nisso, lembrou de sua trajetória como professora e afirmou suas propostas para a educação.

 

No final do bloco, a candidata questionou Speranza sobre seus projetos para a saúde. Para ele, não basta renovar promessas. O que é importante é ampliar e garantir o atendimento no posto de saúde, com especialistas. Mesmo assim, ele não descartou a construção do hospital, mas indicou a criação de clínicas específicas para cuidar da saúde do homem e da mulher.

 

Nos blocos seguintes, os candidatos responderam a questões formuladas em seis temas abrangentes (saúde, educação, segurança, mobilidade, infraestrutura e desenvolvimento e administração pública) pelas entidades convidadas, em que as perguntas foram definidas pelo sorteio dos temas e dos candidatos.