Memória LEOUVE

“Não tenho arrependimento como gestor”, diz Buss, que deixa o comando do 12º BPM

“Não tenho arrependimento como gestor”, diz Buss, que deixa o comando do 12º BPM

Após um ano e meio no comando do 12º Batalhão de Polícia Militar de Caxias do Sul, o tenente-coronel Ronaldo Buss deixa a instituição nesta  sexta-feira, dia 9, e será transferido para assumir o Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) do Vale do Caí.

 

Quem ficará a frente do 12º é um velho conhecido: o Major Jorge Emerson Ribas, que já foi titular do batalhão entre 2011 e 2013.

 

Desde 10 de março de 2015 na Brigada Militar na cidade, Buss agradece aos policiais, comunidades e seus representantes, que sempre auxiliaram e estiveram ao lado da BM.

 

“Agradecer a compreensão e o apoio. Tivemos o privilégio de conviver com grandes profissionais dentro da BM de Caxias do Sul que, embora as dificuldades e problemas, estiveram a frente fazendo o enfrentamento deste quadro que o estado e o país passam. Jamais esmoreceram e continuam firmes e fortes a sua labuta de trabalho que fazem por amor e vocação. Também a comunidade, em geral, que também compreendeu que criminalidade, violência, não é responsabilidade só da polícia militar. Há outros órgãos e instituições que precisam ser cobrados, que a gente precisa avaliar com mais cuidado, escolher melhor as coisas, enfim…As instituições só são fortes se as pessoas estiverem aliadas à elas”, salienta. 

 

 

Quando questionado sobre o seu comando de um ano e meio, com a chegada da crise estadual e o parcelamento dos salários, Buss reforça que os brigadianos desempenharam bem o seu papel mesmo com adversidades.

 

“Caxias do Sul é a segunda maior cidade do estado, segundo maior PIB, tivemos mais de 30 mil desempregados, crise chegando e, mesmo assim, nós estamos situados entre 8º, 9º lugar no índice de criminalidade. Está longe do ideal, mas o trabalho foi bem feito. Não foi fácil motivá-los, mas nosso trabalho é esse. Analisar o cenário e dar condições de trabalho, articulando operações inteligentes, dando recursos e equipamentos, além de reconhecer o trabalho deles (policiais).”

 

Novidades como o Boletim de Ocorrência online, que será lançado de maneira oficial e a utilização de um drone da polícia, também serão divulgados na cerimônia.

 

“Vai agilizar nosso trabalho. Aos invés de carregar 14 formulários, o policial vai estar com um tablet. Vamos ganhar tempo e agilidade. Na hora que o cidadão for atendido, já terá uma cópia da ocorrência. Seremos a primeira cidade do RS a implementar essa tecnologia. Temos também o lançamento do drone e uma base móvel comunitária, mas amanhã divulgaremos tudo”, completa o tenente-coronel.

 

Ronaldo Buss reforça que não tem nenhum arrependimento. Segundo ele, é necessária uma mudança do sistema, para que o preso realmente fique encarcerado.

 

“Gostaria que o mundo fosse melhor. Que as pessoas fossem menos violentas, que se respeitassem mais, fossem mais éticas e carregassem consigo valores mais significativos, em termos de família. Mas, isso não depende da polícia. Não tenho nenhum arrependimento enquanto gestor. Nenhuma frustração de não ter feito algo que poderia ter feito e saio feliz, contente com nossa tropa, com nossa Brigada Militar, de tudo aquilo que fazemos, inclusive mais do que poderíamos fazer. Se mais eu tivesse, mais faríamos. Mas, não adiantaria fazer mais, prender mais, se o sistema permite que eles fiquem soltos. É uma bola de neve que precisamos corrigir.”

 

Buss deve ser promovido à Coronel e, Ribas, à tenente-coronel.