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Primeiro dia de greve dos bancários tem adesão parcial em Caxias

Primeiro dia de greve dos bancários tem adesão parcial em Caxias

Os bancários de Caxias do Sul aderiram parcialmente à greve neste primeiro dia de paralisação em todo o Brasil. Nesta terça-feira, dia 6, as principais agências de bancos privados do centro da cidade tiveram paralisação dos trabalhadores. Agências do Itaú, Santander e Bradesco da Av. Júlio de Castilhos funcionaram apenas no autoatendimento.

 

Conforme Nelson Bebber, coordenador das secretarias de organização e política sindicial do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e região, a avaliação da entidade neste primeiro dia de paralisação é positiva. “Para o primeiro dia, está bom. Fechamos as principais agências dos bancos privados aqui no centro de Caxias. Por ser uma véspera de feriado a nossa avaliação quanto às adesões é boa”, disse. 

 

Ainda segundo Bebber, alguns funcionários de outras agências que ainda não aderiram ao movimento deram o indicativo de que devem entrar em greve na quinta-feira. “A gente teve inclusive o apoio de alguns bancários que ainda não aderiram ao movimento porque a proposta da Febraban é muito inferior ao que estamos pedindo. Eles não estão repondo nem a inflação”, reclama.

 

A proposta da Federação Nacional dos Bancos (Febraban) é de um reajuste de 6,5%, enquanto as perdas da inflação conforme o Índice de Preços ao Consumidor é de 9,57%. A reivindicação dos bancários na questão salarial é a reposição da inflação, mais ganho real de 5% para a categoria. O aumento no salário, então, seria de 14,57%. Bebber defende que, mesmo quando o país passa por uma crise, os bancos lucram da mesma forma e por isso não há justificativa para que o aumento não seja concedido aos trabalhadores. “Mesmo com o país estando em uma dificuldade econômica, o setor financeiro sempre tem grandes lucros. Esse ano, os cinco maiores bancos tiveram aproximadamente 30 bilhões de lucros”, defende.

 

Além da questão salarial, outra reivindicação dos bancários está nas condições de trabalho. “Pedimos melhores condições de trabalho. O bancário está trabalhando com metas abusivas e com pouca segurança, vocês acompanham os assaltos aqui na nossa região onde o bancário e o cliente são usados como escudo humano. São várias reivindicações que estamos negociando nessa campanha”, finaliza Bebber.

 

 

Principais reivindicações dos bancários

 

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real.

 

PLR: 3 salários mais R$8.317,90.

 

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

 

Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).

 

Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.

 

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.

 

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

 

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

 

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

 

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

 

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

 

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).