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Inadimplência no comércio sobe 15% em um ano

Inadimplência no comércio sobe 15% em um ano

Valor nominal é de quase dez milhões. É o segundo ano consecutivo de aumento significativo

 

A recessão e a fuga das dívidas com cartão de crédito estão elencadas pelo Presidente da CDL de Bento Gonçalves, Marcos Carbone  como fatores principais para a elevação da dívida nominal no comércio local. Em dois anos esta dívida já subiu 33% embora nos últimos 12 meses o número de novos cpfs negativados tenha sido de apenas três por cento. “Isto significa que possivelmente o comerciante não esteja fazendo uma análise correta na hora da concessão do crédito”, avalia Carbone, que se diz chocado com os dados colhidos e aponta que o consumidor ao se endividar com o cartão de crédito acaba deixando contas atrasadas também no comércio. “Desta forma o cartão acaba sendo um concorrente nosso”.

 

A dívida acumulada que era de R$ 8 milhões 486 mil em julho de 2015 em julho de 2016 passou a ser de R$ 9 milhões 769 mil. Quanto ao perfil destas dívidas, 28% estão situados entre R$ 100,00 e R$ 250,00. Apenas 13% dos devedores tem pendências superiores a R$ 500,00. Quanto ao tempo médio que o consumidor leva para quitar a dívida, metade leva até um ano e 20% quitam até o segundo ano. Só os outros 30% acabam ficando mais tempo sem reabilitar seu crédito.

 

O que se nota é que aumentou muito o número de endividados na faixa dos 40 aos 49 anos, ou seja, o provedor de família. Em 2015 9% dos devedores se enquadravam nesta faia etária. Agora são 22%. Movimento inverso se deu na faixa dos 18 aos 29 anos, antes eram 32% dos devedores, agora são 22%. Quanto ao gênero, as mulheres representam uma fatia de 66,69% e os homens 33,31%.

 

Ao avaliar a situação Carbone observa que estes números refletem dados de estabelecimentos comerciais localizados na cidade e eventualmente filias de lojas cm sede em outros municípios possam não estar registrados. Da mesma forma, dívidas com bancos, cartões, telefonia, água e luz não constam do levantamento. Como solução para abrandar o risco da inadimplência ele volta a recomendar: “é preciso fazer uma boa análise do cadastro e mais, quando há a falta de pagamento, deve-se registrar até o décimo dia, depois disto o consumidor tende a ´esquecer´ da conta”.

 

Carbone informa ainda que a crise tem afetado igualmente às empresas. O número de pessoas jurídicas negativadas subiu quase 50%.