O aposentado Getúlio Marinello é cadeirante e enfrenta os transtornos causados por quem não respeita a legislação e estaciona o veículo em vagas destinadas a pessoas com deficiência. De acordo com ele, uma dos pontos mais críticos é o entorno do hospital da cidade. Para conscientizar a população da importância de não infringir essa norma, uma campanha diferente foi realizada na rua Cândido Costa, no centro, na tarde desta quarta-feira, dia 24.
Cadeiras de rodas foram colocadas em vagas comuns, que não são as exclusivas para pessoas com necessidades especiais, como se fossem veículos e estivessem estacionadas. A ação apela para o inusitado de conferir a motoristas e pedestres a sensação exatamente contrária a das pessoas que estacionam irregularmente nas vagas destinadas a deficientes. Além disso, as cadeiras tinham bilhetes com mensagens como "já volto" ou "é só um minutinho", caracterizando as desculpas típicas de quem é pego utilizando irregularmente as vagas especiais.
A iniciativa foi aprovada pela comunidade. Uma das pessoas que elogiou a ação foi a aposentada Edite Baggio. “Achei ótima. As pessoas devem respeitar o estacionamento dos deficientes”, afirma. Segundo ela, é possível perceber vários casos de desrespeito às vagas especiais na Capital do Vinho.
O professor Élvio Burlani tem uma percepção semelhante a de Edite. “Não é difícil a gente ver carros estacionados sem identificação em vagas de deficientes”. Para ele, o curto espaço de tempo que o motorista alega ficar estacionado no local inadequado pode causar um grande transtorno a quem precisa.
Notícias Relacionadas
Brasil
Preço da carne deverá ter reajuste no RS por causa das queimadas
Fornecimento de estados atingidos pelos incêndios no Centro-Oeste do país está menor
Custo de Vida
Governo do RS encaminha isenção de ICMS para cachaça artesanal gaúcha
Estado vai apresentar ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) a proposta; se aprovada, a nova regra entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025
O caso do aposentado Arcelo José Rossini, de 65 anos, chamou a atenção. Ele já teria direito de usar a vaga de idosos, mas, como ainda não encaminhou a identificação que é exigida para utilizar a vaga, além de conhecer a legislação, teve de dar três voltas na quadra antes de encontrar uma vaga comum para estacionar. Para ele o desrespeito à Legislação é uma questão cultural "essa é uma questão de consciência como cidadão, é aquele famoso jeitinho brasileiro, que é imperdoável".
As reclamações de estacionamento em locais reservados a pessoas com deficiência se multiplicam a cada dia, revelou o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comudef), Bruno Soares. Isso motivou o inicio de ações que integram a campanha. “A gente tinha muitas reclamações de deficientes, principalmente no quadrilátero central, das pessoas estarem estacionando nas vagas deles. A campanha surgiu e após isso a gente viu que surtiu resultado , mas ainda faltava alguma outra coisa para sensibilizar . Então surgiu a ideia dessa campanha”, afirma.
A ação foi organizada pelo Comudef e pelo Caispede e contou com o apoio de outras entidades e do Grupo RSCOM.
