Memória LEOUVE

Bêbados, quem?

Bêbados, quem?

 

A reflexão hoje é sobre política, mas também sobre pessoas e o papel que elas desempenham na sociedade. Ao mesmo tempo sobre a percepção que têm sobre si mesmas. Não sei se este é um assombro que acomete a todos, mas muitas vezes fico me perguntando se estou além ou aquém do que os outros esperam. Claro que ao final o que vale mesmo é estar em paz consigo. Os outros que vão cuidar de suas vidas. Até porque, ao queremos ser o que os outros esperam   de nós, deixaremos de ser quem somos na essência (me perdoem psicólogos e terapeutas se não for mais ou menos isto).

 

 

Bem, autenticidade é bom e é necessário. Mas estar em relativa harmonia com o próximo ajuda num convívio mais civilizado. Está aí o caso dos nadadores americanos que mentiram depois de terem caído na farra. Estaria tudo mais ou menos dentro dos conformes se não tivessem mentido e com isto comprometido uma imagem já suficientemente desgastado do Brasil.

 

Aí vem o ministro do STF, Gilmar Mendes e do alto de sua erudição diz que a lei da ficha limpa foi redigida por bêbados de tão ruim que é. Olha, sei que uma lei precisa ser bem amarrada. Não basta ter o espírito bom. Mas um ministro do STF também precisa se dar ao respeito. Que vá arrumar argumentos melhores para fazer suas pilantragens, justificar decisões que ante à menor razoabilidade são incompreensíveis. Gilmar Mendes precisa obedecer a liturgia do cargo, se dar ao respeito, fazer jus à confiança que o cargo lhe exige e ao altíssimo salário que recebe.

 

 

Sabe-se que a lei da ficha limpa foi concebida no interesse da cidadania e para tentar manter fora dos cargos eletivos gente que não se mostrou proba. Se um Ministro de alta corte não consegue perceber isto, então é porque nem mesmo o investimento maciço em educação resolverá os problemas do país.

 

Ante tal argumento cabe a pergunta: será que quem a pronunciou não estaria embriagado também?