Apesar da quebra de expectativas para o comércio, o desempenho da economia de Caxias do Sul em maio anotou crescimento de 3,7% em relação a abril, alavancado pela indústria (5,6%) e serviços (3,5%). O Dia das Mães, segunda data mais importante do ano para o varejo, não teve a movimentação esperada, resultando em uma queda de -2,2% no setor. Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (6) pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL Caxias).
Em relação a maio de 2022, a economia como um todo demonstra crescimento de 5,7%, puxada pela recuperação dos serviços. Com isso, no acumulado do ano, o saldo foi positivo: 4,7%. Já no acumulado de 12 meses, Caxias segue em ritmo crescente desde a última queda de 2,7% em dezembro/22 para 1,6% em janeiro/23. Em maio, os indicadores apontam aumento de 3,3%.
Ainda que com crescimento de 10,5% no acumulado de 12 meses, o comércio enfrentou uma baixa em um mês em que costuma aquecer a economia. O diretor de Planejamento, Economia e Estatística da CIC, Tarciano de Mélo Cardoso, explica que esse resultado está ligado, em grande parte, a inadimplência.
De acordo com o Termômetro de Vendas da CDL, o número de devedores teve aumento de 1,57% na comparação de maio com abril, e de 5,75% em relação ao mesmo período de 2022. Dessa forma, as vendas no mês de Dia das Mães, segundo os lojistas, sofreram queda de 3,8% em comparação com o mesmo período de 2022.
“Quando você vem com um número negativo neste período, ele só reforça esse sentimento [de precaução]. Não é só empresário que está cauteloso, a população também está. População endividada, população com inadimplência não tem como consumir”, disse Cardoso.
Os especialistas acenderam um alerta para a indústria que, no mesmo indicador de 12 meses, ficou com -2,2%. Para a economista e professora, Maria Carolina Gullo, os dados desenham uma baixa produtividade.
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“A capacidade instalada está diminuindo, mas a massa salarial está aumentando e o emprego continua aumentando. Ainda que a gente tenha mais gente contratada, não no mesmo ritmo que o ano passado, isso nos leva a crer que nós estamos fazendo menos com mais gente. Ou seja, baixa produtividade, baixa qualificação da mão de obra, isso explica esse momento”, comenta.
Tarciano Cardoso complementa que é necessário incremento nos segmentos automotivo e de máquinas e implementos agrícolas para projetar positivamente o setor metalmecânico. Ele ainda menciona que a redução da inflação dá alento ao cenário atual, e acrescenta que a economia tem expectativa pelas aprovações, ou não, de reformas à nível nacional. Ele define o restante do ano de 2023 como estável.
“Se fosse para falar uma palavra, seria estabilidade. Andar de lado, como se diz no ramo dos negócios”, finaliza.
Empregos
No mês de maio, Caxias do Sul registrou 7.171 admissões e 6.648 demissões, resultando na geração de 523 empregos formais. A indústria e o comércio foram os setores que mais abriram vagas no mês. Os serviços foram o segmento que mais abriu empregos, com a criação de 387 vagas. O estoque de postos de trabalho com carteira assinada hoje, em Caxias do Sul, é de 161.416.
