Memória LEOUVE

A obscenidade da insegurança

A obscenidade da insegurança

Um carro roubado a cada meia hora, um tiroteio entre a polícia e os bandidos por dia, um assalto a cada 10 minutos, uma bala perdida, uma vida encerrada por nada. Todo dia e toda a hora, essa realidade está cada vez mais perto de nós. Essa é a síntese da impotência de uma sociedade que se vê diante da tragédia da falta de segurança. É a falência do cotidiano. É a obscenidade da insegurança que aprisiona o cidadão e deixa o futuro à mercê da sorte.

 

Esta semana, a secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul divulgou os números da criminalidade no primeiro semestre, e eles são absolutamente preocupantes. Mesmo que essa não seja a regra na maioria das cidades gaúchas, o aumento da violência é a realidade das maiores cidades e das cidades localizadas nas regiões mais ricas, na região metropolitana de Porto Alegre e na Serra Gaúcha.

 

O número de roubos cresceu em média 20%, o número de pessoas assassinadas cresceu mais de 30%. E não adianta achar que isso não nos atinge, que é coisa ligada a marginais, coisa ligada ao mundo das drogas.

 

Até pode ser, mas a verdade é que a criminalidade atinge diretamente a tudo e a todos, dificulta os negócios, afugenta investidores e desvia para a segurança recursos que poderiam ser aplicados em educação, saúde e qualidade de vida.

 

A verdade é que essa situação já virou o fio há muito tempo. Um estado falido, que parece que perdeu o sentido da urgência, que fica apagando incêndio com gasolina e que segue enxugando gelo sem considerar como um descalabro o dia a dia de insegurança da população gaúcha. E nós, no meio do tiroteio, somos os desamparados, somos aqueles que têm impostos a pagar, mas que continuam, dia após dia, pagando o alto preço do medo.