Depois que os 59 senadores que votaram na madrugada de hoje pela continuidade do processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff, abrindo a contagem definitiva para o nocaute do impeachment, é preciso admitir de uma vez por todas que não será esse congresso que vai livrar o país da corrupção.
É preciso agora achar uma saída urgente para o país, e ela passa por uma verdadeira transformação de todo o sistema político-partidário, entranhado em negociatas e corrupção desde os tempos em que os governos militares superfaturaram a construção da infraestrutura do país e criaram essas empreiteiras-monstro que retroalimentam o moto-contínuo da corrupção no país.
E essa mudança só poderá vir com a convocação de uma Constituinte exclusiva para debater a reforma política com a participação efetiva da sociedade e a diminuição do poder dos partidos, mas, principalmente, com a saída da Dilma e também de Temer. E essa medida drástica só pode ser tomada agora, e cabe a suprema corte do país, o STF, fazer isso.
Porque, depois de tantas denúncias e principalmente agora quando a delação da Odebrecht escancara a propina paga ao presidente interino Michel Temer e seu chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, ao ministro das Relações Exteriores, José Serra, e ao senador Antonio Anastasia, relator do impeachment no Senado, entre tantos outros, não podemos admitir que um outro governo corrupto saia consagrado desse processo todo em que estamos derrubando um governo exatamente pelas acusações de corrupção.
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E não adianta mais acreditar naquela ladainha de que será primeiro uns para depois pegar os outros, porque, no dia em o impeachment for aprovado e Dima cair, Temer estará definitivamente blindado de qualquer acusação, porque ele só vai poder ser julgado por crimes que ele cometer na presidência.
A hora é muito grave e exige respostas graves
Porque a Odebrecht não é só mais uma das tantas doadoras de campanha de toda essa gente. Ela é uma das principais financiadoras dessa corrupção toda, tanto que tinha até um departamento estruturado para contabilizar a propina. E doava para candidatos de todos os partidos, do PT ao PSDB, seguindo a lógica de ficar bem com quem quer que seja o poderoso de plantão. Como o temerário interino de agora, que aparece na lista da propina, com recibo e papel passado, recebendo os benefícios do Petrolão.
