Memória LEOUVE

Chega de carreirista na política

Chega de carreirista na política

Pois estamos nos aproximando celeremente daquele prazo em que a campanha eleitoral estará oficialmente permitida. Há quem não dê valor às promessas dos candidatos, quem se permita navegar apenas nas águas rasas das promessas imediatistas ou nas águas turvas das acusações infundadas ou das meias verdades.

 

Pois, muitas vezes escutamos dizer que a culpa de termos políticos tão ruins é dos próprios eleitores, que não valorizam o seu voto como deveriam. Trocam por interesse imediatista ou material. Está aí parcela da verdade. Mas também se explica pelo desencanto que a própria classe política tem causado ao cidadão. É sabido que a democracia precisa da participação do eleitor. Mas não é menos verdade que eles precisam ter o direito de optar por boas propostas e por políticos dignos e isto não tem acontecido nas últimas décadas.

 

Prova cabal é a realidade do estado do Rio Grande do Sul neste exato momento. O Estado foi vítima, por gestões e gestões seguidas de maus administradores, de gente que não se preocupou com o futuro, de mandatários que só se preocuparam com o partido, com o financiamento de campanhas. Permitiram que o Estado inchasse sem dar contrapartidas, sem mostrar competência na gestão.

 

E, apesar de tudo isto, do parcelamento de salário aos funcionários, da suspensão do pagamento das dívidas por seis meses sob o risco da insolvência absoluta… apesar de tudo isto, os governadores ainda hesitam em apoiar as medidas de saneamento que o Congresso quer votar. Não querem se comprometer em aumentar gastos apenas na medida da inflação. Querem voltar à gastança. Querem projetar sua carreira e almejam voos mais altos- a ambição faz parte da vida profissional, mas no ambiente político chega um momento em que ela prejudica o todo. Não entenderam que o momento não é para carreiristas, é para administradores competentes e que tenham a vocação para a gestão e o sacrifício. Mas como exigir que alguém busque votos sendo simpático ao eleitorado e depois vire um rabugento, distribuindo nãos e austeridade.

 

 

Complexo, não?