O impasse ocasionado pela suspensão da venda de passagens para as cidades de Santa Tereza e Monte Belo do Sul partindo da rodoviária de Bento Gonçalves pode começar a ter uma definição após a reunião de negociações ocorrida na manhã de terça-feira, dia 19, entre representantes do sistema estadual de transporte coletivo, da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) e do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) para encaminhar uma definição sobre o cancelamento das vendas.
O problema surgiu porque, pelo menos desde o início de julho, depois da suspensão das vendas por tempo indeterminado, o passageiro que procurava a estação rodoviária não conseguia efetuar a compra da passagem. E nem todos os usuários têm o conhecimento de que o embarque também ocorre em terminais dentro da cidade, e acabam impedidos de viajar.
De acordo com o coordenador de fiscalização da Metroplan, Danilo Londó, o motivo do cancelamento das vendas é que os usuários estavam embarcando na rodoviária, mas não realizavam a compra da passagem nos guichês, e sim dentro do ônibus com o fiscal da própria empresa, como é de costume quando o passageiro embarca em outros pontos dentro da cidade e estoque de pessoas dentro do transporte. Essa ação estaria resultando em prejuízo para a rodoviária, pois conforme a legislação, todos os transportes que usarem a estação rodoviária como ponto de venda de passagens e de embarque terão um acréscimo de 0,11% no valor final das passagens. "E com o pagamento da tarifa diretamente para o fiscal, a rodoviária perde essa porcentagem que é destinada para a manutenção do local, como limpeza geral e banheiros", justifica.
Outro fato que também estava sendo questionado é dos representantes da rodoviária cobrarem aluguel para os ônibus poderem usar a estação como terminal, mas segundo Londó isso é ilegal. "Cobrar aluguel estaria acontecendo uma cobrança dupla, sendo que o usuário já paga a porcentagem da rodoviária", afirma.
Em reunião ficou decidido que a Metroplan irá cobrar das empresas a responsabilidade de realizar a compra das passagens nos guichês, mediante fiscalização e multa para quem descumprir as exigências. Durante essa semana as empresas Monte Belo e Santo Antônio continuam saindo da rodoviária para fazer esse itinerário, mesmo que as vendas de passagens sigam suspensas e por tempo determinado ocorram dentro do ônibus com os fiscais das empresas, até que ocorra o novo encontro na próxima semana, entre os responsáveis para uma ação definitiva. Caso um acordo não seja firmado, a Metroplan informa que terão que tirar os ônibus do ponto, porém isso vai prejudicar o usuário do transporte e medidas legais serão tomadas para tentar reverter a contrariedade.
A reportagem tentou contato com a gerência da rodoviária do município, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.
Estiveram presentes no encontro o gerente operacional da rodoviaria do município, Luiz Beltrame, o diretor da Metroplan Vinicus Salvagni, o coordenador da Metroplan em Caxias do Sul, Ozório Rocha, além do coordenador de fiscalização da Metroplan, Danilo Londó.