A virada no tempo registrada na região Norte do Rio Grande do Sul provocou uma mudança na programação de muitos produtores de trigo. Com início previsto até para o dia 15 de junho, o plantio começou até uma semana antes em algumas propriedades localizadas em Passo Fundo, com o intuito de escapar dos problemas originados em plantar sob chuva.
Além da chuva prevista, outro fator que provocou a antecipação do plantio é a possibilidade de ocorrer uma geada de setembro, o que afetaria o trigo com ciclo médio de 85 dias.
Diante do quadro, o que se percebe é o agricultor com receio em planar, pois as temperaturas mais altas agilizam o processo até o espigamento, mas a geada em setembro pode dar prejuízo certo, disse o cerealista Mario Klein. Devido a este quadro, se em 11 de junho de 2022 apenas 7% da área de trigo já havia sido plantada na região, em 11 de junho de 2023 essa porção de área já plantada subiu para 14%, ou seja, o dobro, denotando a aceleração dos produtores.
Ainda sobre as previsões para o ciclo do trigo, os debatedores consideraram a possibilidade de haver o fenômeno El Niño em 2023, e de que forma atingira as produções, de tal forma é que preciso o produtor atualizar a previsão de semana a semana. Se chover muito ao longo do cultivo do trigo, o grande problema é surgir doenças que podem afetar o cereal, prejudicando a comercialização.
Neste caso, não tem como armazenar o trigo úmido, então quem for receber trigo, que alcançou números ótimos na última safra, agora tem que pensar na hora de colher, pois a qualidade despenca e os moinhos não aceitam, restando ao produtor a alternativa de transformar o trigo em ração, o que também já é efetuado com milho.
Fonte: Uirapuru