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Temer e o trilhão

Temer e o trilhão

Esta semana, o impostômetro instalado no centro de São Paulo mostrou que o valor pago por todos nós brasileiros já alcançou a bagatela de um trilhão de reais. E no mesmo dia, o presidente interino Michel Temer anunciou que deverá encaminhar mesmo uma proposta de aumento de impostos, porque se não o rombo das contas do governo pode chegar aos R$ 200 bilhões.

 

E ninguém aguenta mais. Mesmo no auge de uma crise profunda na atividade econômica, um trilhão de reais em impostos é muita coisa. E esse trilhão é resultado do avanço da inflação, pois com preços mais altos, o consumidor acaba desembolsando maiores valores em impostos, que são calculados sobre o preço final das mercadorias e serviços, que nós continuamos precisando comprar e contratar.

 

Não há espaço pra novos aumentos de impostos, e nós precisamos deixar isso bem claro pro governo, porque isso só iria piorar a situação das famílias brasileiras, que sofrem com a crise, com o desemprego e com o aumento da inflação. E também porque a gente já viu que o aumento da arrecadação do governo não melhorou em nada a vida dos brasileiros, e não surtiu efeito positivo nos cofres públicos.

 

A verdade é que a carga tributária já está mais do que no limite e ainda tem gente no governo interino que defende que tem que ter mais.

 

Pelo menos, a existência do impostômetro pode conscientizar o cidadão sobre a alta carga tributária e incentivá-lo a cobrar os governos por serviços públicos de qualidade que ele precisa oferecer.

 

E é aí que está a importância do impostômetro, porque com ele, a gente pode descobrir o que dá pros governos fazerem com todo o dinheiro arrecadado, quantas cestas básicas é possível fornecer, quantas escolas podem ser construídas, quantos postos de saúde podem atender a população, quantas estradas podem ser duplicadas. Toda a contrapartida que o governo devia oferecer aos impostos pagos por nós, e não faz.

 

A questão é que por aqui o sistema de arrecadação é um dos mais eficientes do mundo, mas a prestação dos serviços caminha exatamente no sentido contrário.

 

E o problema é que essa carga tributária trilionária não existe por nossa culpa, mas persiste há décadas e décadas, entra governo, sai governo, por conta de um estado perdulário, ineficiente e mau gestor.