Memória LEOUVE

Quem vai pagar a conta?

Quem vai pagar a conta?

Enquanto pesa a espada do próprio impeachment sobre sua cabeça, o temerário presidente interino segue abrindo os cofres para agradar os aliados fisiológicos que insistem em manter o toma-lá-da-cá, e mostra que a tal austeridade vai ficar só no papel e que a caixa de maldades será aberta só depois de garantir a permanência na cadeira mais alta do Planalto.

 

Enquanto isso, a gastança vai garantindo apoio nessa intenção. Só no mês passado, o governo aumentou gastos e abriu mão de impostos em um valor que beira os R$ 130 bilhões, um dinheirão quase igual ao total dos R$ 170 bilhões negativos previstos no rombo das contas do governo para este ano.

 

Mas a onda de bondades do governo não vale pra todos, é claro, e grupos de empresários de diversos setores que tentaram aproveitar a boa correnteza e levaram seus pires ao alcance da mão amiga do governo saíram com as próprias mãos vazias e reclamando não ter a mesma sorte de governadores, servidores da Justiça e do Congresso Nacional.

 

O problema é que, ao mesmo tempo em que o governo sinaliza para frente com reforma da previdência, com teto de gastos primários e o congelamento dos investimentos em saúde, educação e infraestrutura, no curto prazo todas as medidas aumentam os gastos de um governo que se diz falido.

 

Ate agora, o que se vê é um governo que aumenta o teto do rombo para justificar o pacote de bondades aos amigos e o alto preço cobrado de quem realmente paga a conta.

 

Os sinais são claros do que vem pela frente: a desvinculação das aposentadorias dos reajustes do salário mínimo, o fim da estabilidade no serviço público e a drástica redução ou até mesmo a extinção de programas sociais estão no horizonte do governo no próximo ano.

 

Enquanto isso, a generosidade do governo oferece hoje quase R$ 70 bilhões de reajuste para os servidores da ativa e aposentados até 2018 e outros R$ 50 bilhões da renegociação da dívida dos estados.

 

E não se iluda: essa conta vai ser cobrada a partir do ano que vem.

 

Tudo em nome da necessidade de consolidar uma base de apoio no Congresso, até porque depende dele para aprovar essas medidas, e claro, sem contar que ainda precisa dos votos para consolidar o processo de impeachment de Dilma Rousseff e barrar o processo que Maranhão já permitiu contra ele.

 

 

Você já percebeu quem vai pagar essa conta toda ou quer que eu desenhe?