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Professores protestam contra sucateamento da educação na Praça Dante, em Caxias

Professores protestam contra sucateamento da educação na Praça Dante, em Caxias

Os professores do estado do Rio Grande do Sul realizaram um protesto na tarde desta sexta-feira, dia 1º, em Caxias do Sul. O ato, que reuniu cerca de 1500 pessoas na Praça Dante Alighieri, pediu melhores condições de trabalho para a categoria. Entre as principais demandas estão o aumento no salário da categoria, além da nomeação de novos professores.

 

Conforme Antônio Staudt, coordenador do 1º Núcleo do Cpers/Sindicato, o ato é estadual, mas acontece em Caxias pela simbologia. “Nós estamos aqui na cidade do atual governador José Ivo Sartori, denunciando esse governo e o descaso dele com a educação”, destacou. Ainda conforme Staudt, o ato também denuncia a suposta violência contra os estudantes do Cristóvão. “Estamos denunciando aquilo que aconteceram com os estudantes do Cristóvão ontem. Somos contra qualquer tipo de perseguição que possa ocorrer contra qualquer estudante ou professor”, disse.

 

Os manifestantes permaneceram na Praça Dante das 13h às 15h. A rua Sinimbu foi bloqueada por cerca de 15 minutos. “Nós vamos a Bento Gonçalves para fazer o nosso congresso estadual e debater a nossa política para os próximos três anos”, revelou Staudt.

 

O professor Orides de Souza dá aula em São Leopoldo. Ele reclama da falta de diálogo do governo Sartori com a classe dos professores. “Nós estamos em greve há mais de 40 dias e ele só foi nos atender depois que ocupamos o CAF, cerca de 30 dias depois. Hoje nossa pauta mínima é: reajuste, que é de uma verba do governo federal”, defendeu.

 

Ainda conforme Orides, a verba para esse reajuste é advinda do Governo Federal, por meio Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. “A verba do Fundeb veio com reajuste de 24% nos últimos dois anos, então queremos que pelo menos esse dinheiro seja repassado a nós, professores”, defendeu.

 

A pauta dos professores ainda pede a extinção da PL 044/2016, que "dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais". Em outras palavras, permite que organizações privadas passem a servir como entidades de educação do estado. Outra pauta importante é o PL 190, que proíbe o professor de falar de política na sala de aula. O professor também reclamou da falta de estrutura das escolas. “Nós temos goteira no ginásio, mas ainda temos um ginásio. Temos vazamento de gás na escola e no ano passado ficamos sem dinheiro para xerox e precisamos fazer prova no quadro”, relata. Por fim, ele garantiu a continuidade da greve até que as pautas sejam atendidas. “Sem reajuste, com reajuste zero, nós não vamos voltar para a sala de aula”, finaliza.