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Magazine Luiza (MGLU3) e outras 9 ações para investir em junho; veja carteira completa

Foi de “queridinha” a “patinho feio” da bolsa

(Imagem: Divulgação/ Motagem: Isabelle Santos)
(Imagem: Divulgação/ Motagem: Isabelle Santos)

A ação do Magazine Luiza (MGLU3) foi de “queridinha” a “patinho feio” da bolsa. Os papéis da companhia chegaram a subir mais de 6.000% entre 2017 e 2021 e, logo em seguida, despencaram cerca de 80%, entre 2021 e 2022.

Com a escalada dos juros, as empresas do setor de varejo entraram em um momento difícil, que chegou ao auge no primeiro trimestre de 2023, com o rombo bilionário das Americanas (AMER3).

O caso foi o estopim para que outras empresas, como Via Varejo (VIIA3) e Marisa (AMAR3), também apresentassem problemas financeiros. E toda essa crise acabou respingando no Magalu, visto que afastou os investidores do setor.

Entretanto, nesta semana, a equipe de analistas da Empiricus Research surpreendeu os investidores ao incluir a varejista na carteira das 10 ações recomendadas para o mês de junho.

Os analistas da casa acreditam que estamos próximos a um ponto de virada na economia brasileira, o que pode ser um gatilho para que o Magazine Luiza volte a apresentar valorizações significativas na bolsa.

O chefe de análise da Empiricus Research, João Piccioni, afirmou, em entrevista ao Giro do Mercado, que “[o Magazine Luiza] está longe de voltar a ser queridinha”. Contudo, o case da companhia é o melhor entre os seus pares.

Assim, ele listou 4 motivos pelos quais os analistas da casa acreditam que vale a pena investir na ação agora:

1. Magalu (MGLU3) está um passo à frente das concorrentes
Na visão dos analistas da Empiricus Research, o Magazine Luiza enfrenta uma “competição combalida”.

O primeiro trimestre de 2023 começou com a “bomba” do rombo bilionário nas Americanas (AMER3). A companhia tem uma dívida que já chega aos R$ 40 bilhões, segundo dados apresentados no pedido de recuperação judicial.

Na mesma toada, a Via Varejo (VIIA3), não vive o seu melhor momento.

Em contrapartida, os analistas da casa apontam que, apesar do Magazine Luiza sofrer com os juros altos, ele sempre foi pioneiro no setor agregando serviços de tecnologia, finanças, seguros, e em especial logística.

Além disso, os analistas apontam que a companhia tem uma gestão sólida e competente, que tem conduzido a varejista por esse período difícil, apresentando menos fragilidades que as suas concorrentes.

2. Enquanto Americanas lida com dívida bilionária, o Magalu reduz a alavancagem
Além de vendas no varejo, o Magazine Luiza oferece serviços financeiros e seguros. Com os juros altos, atender dentro dessas categorias poderia ser extremamente nocivo para a companhia.

Afinal, se os grandes bancos já estão sofrendo com o risco de inadimplência, imagine uma varejista que oferece serviços financeiros e já está com suas margens penalizadas por conta da redução do consumo?

Entretanto, a boa gestão da companhia vem trabalhando para reduzir a necessidade de capital de giro. Além disso, a parceria com o BNP Paribas Cardiff foi renovada na Luizaseg, garantindo o reforço de R$ 1 bilhão.

Isto é, o banco entrará com um aporte financeiro para garantir as operações dos serviços financeiros e de seguros da companhia.

3. Menos geladeira e mais ‘blusinhas’
O Magazine Luiza surgiu como uma loja de eletrodomésticos mas, ao longo dos anos e especialmente com o “boom” do e-commerce, a companhia começou a agregar outras categorias ao seu mix de produtos.

Assim, os analistas da Empiricus Research apontam que isso foi estratégico e reduziu a dependência dos bens duráveis, mais sensíveis aos ciclos econômicos, focando em novas categorias (moda, beleza, esportes, delivery de comida etc.).

A estratégia já apresenta bons resultados… Para se ter uma ideia, no primeiro trimestre de 2023 essas novas categorias representaram 50% das vendas online do Magalu.

4. Queda na curva de juros à espreita
Por fim, o João Piccioni explicou que o negócio do Magazine Luiza e das varejistas como um todo é cíclico. Ou seja, a empresa é bastante afetada pelo momento econômico do país.

Assim, a escalada dos juros acabou reduzindo o consumo, o que impactou negativamente a companhia. Nesse cenário, as ações do Magalu chegaram a desvalorizar mais de 80% entre junho de 2021 e junho de 2022.

Em contrapartida, o negócio da companhia tende a ir muito bem em cenários de juros baixos. Para se ter uma ideia, o período de maior crescimento do Magalu (2017 a 2021) coincidiu justamente com a queda da Selic.

Entre fevereiro de 2017 a janeiro de 2021, a taxa de juros brasileira passou de 13% ao ano para 2% ao ano. Nesse mesmo período, as ações do Magazine Luiza chegaram a valorizar mais de 6.000%.

Nos últimos meses, o IPCA vem apresentando números abaixo das expectativas do mercado, o que é considerado uma desaceleração da inflação. Além disso, a aprovação do arcabouço fiscal foi um passo importante na direção da queda dos juros.

Por esses motivos, os analistas da Empiricus Research acreditam que haverá cortes da Selic no segundo semestre de 2023. E esse movimento pode melhorar o consumo e favorecer o setor de varejo, em especial o Magazine Luiza (MGLU3).

Entretanto, a varejista não é a única aposta da casa…
Na entrevista ao Giro do Mercado, João Piccioni explicou que a inclusão do Magazine Luiza (MGLU3) nas 10 ações de junho é uma “pimentinha na carteira”.

O analista chefe da Empiricus Research pontuou que boa parte dos ativos indicados ainda são aqueles que a casa considera como quality, isto é, empresas sólidas, menos afetadas pelos ciclos econômicos, com histórico de resiliência e bons dividendos.