A crise segue colocando mais e mais desempregados nas ruas das cidades, do estado e do país, e famílias inteiras estão perdendo suas ocupações a cada dia que passa. Mas, se a crise é ruim para todos, ela é especialmente terrível para os mais jovens.
Os números do Ministério do Trabalho mostram que o crescimento do desemprego é muito mais rápido entre pessoas com 16 a 24 anos do que entre os trabalhadores em geral.
É até normal que, em períodos de aumento no desemprego e em cenários de crise econômica, mais jovens passem a procurar trabalho, com o objetivo de complementar a renda familiar, e o fato de que as demissões são mais numerosas na construção e na indústria explica em parte esse fenômeno, porque esses são os setores que empregam mais chefes de família, exatamente aqueles que mais estão perdendo o emprego agora.
E quando mais jovens procuram emprego, cresce a população economicamente ativa e, na atual conjuntura, cresce, ao mesmo tempo, o número de desempregados.
Assim, quem procura emprego tem mais dificuldades para encontrar, e quem tem um corre ainda mais o risco de perder.
E nesse contexto, se a falta de experiência já é um problema natural para o acesso dos jovens ao mercado de trabalho, a tendência na crise é que ela ajude a manter o índice de desemprego entre eles mais alto do que para a média dos trabalhadores.
E a situação é ainda mais grave porque não há, nem entre os sindicalistas e muito menos entre o governo, sinais de preocupação com esse fenômeno, que é ainda mais grave porque pode comprometer o que há de mais importante em um país: o futuro das novas gerações.