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Reunião entre alunos e MP pode selar o fim da ocupação no Cristovão de Mendoza

Reunião entre alunos e MP pode selar o fim da ocupação no Cristovão de Mendoza

Depois de 34 dias, a ocupação dos estudantes no Instituto Cristóvão de Mendoza parece estar perto de um final. Uma reunião entre os alunos que ocupam o colégio e o Ministério Público será realizada na tarde desta quinta-feira, dia 23, para tentar buscar o consenso entre ambos os lados.

 

Vale destacar que o Instituto Cristóvão de Mendoza é a única escola de Caxias do Sul que segue ocupada. O estudante do 1º ano do colégio, Vauber Ribeiro, 16 anos, é um dos representantes da ocupação, segundo ele o protesto seguiu no Cristóvão, pois o acordo proposto pelo governo do Estado foi considerado insuficiente. 

 

“Fomos a Porto Alegre conversar com as escolas independentes de lá, pois havia uma divisão entre colégios comandados por organizações e as independentes. Nós fazemos parte das independentes que não possuem ligações com essas organizações. Juntos decidimos não aceitar o que foi proposto pelo governo. Como o acordo foi feito por essas organizações, não ficou explícito a questão de quando a verba viria, e também não havia um número exato de quanto dinheiro cada escola receberia”, explica.

 

Na reunião que será realizada na tarde desta quinta-feira, entre Ministério Público, líderes da ocupação, direção e comunidade escolar será apresentada uma nova proposta aos estudantes. Caso ela atenda as demandas do grupo de manifestantes a ocupação terminará.

 

“Esperamos que seja cumprido o que nos foi prometido, se isso acontecer hoje só serão assinados os papéis (documentos), e iremos sair”, conta Vauber.

 

É importante salientar que mesmo com a ocupação as aulas estão ocorrendo no Cristóvão de Mendoza. Um grupo de pais retomou parte da escola e garantiu que as aulas fossem reiniciadas. Márcio Jardim, 38 anos, é pai de um aluno do sexto ano do colégio, ele espera que a ocupação termine logo.

 

“Estamos há 16 dias cuidando para que as aulas aconteçam. É uma luta diária, com pais se revezando para cuidar da escola, mas creio que está chegando ao fim”, relata.

 

Apesar de estudantes e pais estarem separados por uma barricada de classes e cadeiras que divide o colégio pela metade, Márcio conta que os pais não são contra as reivindicações dos estudantes, e sim contrários a forma como o movimento de ocupação resolveu se manifestar impedindo as aulas.

 

“Eles em nenhum momento chamaram os pais para conversar, não estamos contra o movimento que isso fique bem claro, estamos contra a partir do momento em que eles trancam o colégio e impedem os alunos de estudar”, detalha Márcio.

 

A previsão é de que havendo entendimento na reunião, na próxima segunda-feira, dia 27, o Instituto Cristóvão de Mendoza volte a funcionar na totalidade de seu espaço.

 

ACUSAÇÕES DE AMBOS OS LADOS

 

Enquanto a ocupação segue, ambos os lados trocam acusações. Os pais afirmam que pessoas não relacionadas ao colégio, como representantes de partidos políticos e de movimentos sociais têm entrado no Cristóvão.

 

Já os alunos acusam os pais de perseguirem estudantes e de estourarem rojões durante a noite para amedrontá-los.