Memória LEOUVE

Academias e falta de segurança

Academias e falta de segurança

Inter-relacionar fatos e causas é tarefa da história, pra ser contada em livros e, normalmente isto só pode ser feito com o passar dos anos, com os esfriar das refregas.  Mas existe uma outra maneira de relacionar fatos e

causalidades, estabelecer correlações que nem sempre são justas, mas cuja tentação é inescapável. Querem ver? Li ontem em rede social uma observação do colega jornalista Régis Gehner que agora peço licença para reproduzir: o número de academias ao ar livre é inversamente proporcional ao sentimento de segurança que se tem na cidade nos últimos tempos.

Terá uma questão relação com outra? Muito provavelmente não, mas é este o tipo de sentimento que o povo tem e um jornalista deve saber exprimi-lo. Está certo, portanto o Régis, é preciso comparar para que se possa relativizar a importância de uma e outra coisa.

Todos queremos saúde e devemos saudar as academias ao ar livre. Mas e a nossa segurança como é eu fica? Onde estão os policiais? Ao contrário das academias, não estão nas ruas.

O Comandante geral do Corpo de Bombeiros, presente ontem à inauguração do Centro de Treinamento dos Bombeiros, estrutura que irá treinar profissionais de todo o estado, em seu pronunciamento chegou a propugnar a criação de um Ministério da Segurança Pública, com verbas carimbadas constitucionalmente assim como acontece com as áreas da educação e da saúde. Talvez um exagero, afinal tendo um povo educado talvez a repressão não seja tão necessária.

Pois a própria inauguração do Centro de Treinamento, investimento de mais de 800 mil reais é daquelas situações que fazem pensar: que bom que ainda podemos investir para o futuro enquanto o presente rui ao nosso lado. Os assaltos se multiplicam, o dinheiro do Estado inexiste, as verbas do Consepro minguaram, não há reposição suficiente de soldados que possam fazer o policiamento ostensivo e a população clama pelo direito de poder sair à rua sem medo de sofrer violência. Os comerciantes querem estar no seu caixa sem o medo permanente de que algum marginal vá entrar com uma arma e tomar-lhe o fruto de um dia de trabalho, quando não a própria vida.

 

Parabéns aos bombeiros pelo novo Centro. Desculpem o azedume. Mas o momento é de extrema preocupação.