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Delegado da PF afirma que crime organizado da Serra usa armas estrangeiras

Delegado da PF afirma que crime organizado da Serra usa armas estrangeiras

O chefe da Delegacia Regional da Polícia Federal de Caxias do Sul, Noerci da Silva Melo, afirmou que, em diversas operações contra o tráfico de drogas na região, a polícia já apreendeu armamentos adquiridos em países estrangeiros, Ele disse que as armas vêm principalmente de países como o Paraguai, e revelou que grupos criminosos especializados em assaltos a bancos e carros-fortes com atuação na Serra também adquirem essas armas, geralmente de calibre restrito às forças de segurança. Mesmo assim, ele assegura desconhecer a informação de que membros do crime organizado de cidades como Caxias do Sul e Bento Gonçalves viajavam até a cidade uruguaia de Rivera, na fronteira com o Rio Grande do Sul, para adquirir armas e munições, suspeita que faz parte de um processo judicial no Uruguai e revelada com exclusividade pelo Grupo RSCOM no domingo, dia 12.

 

Polícia do Uruguai desarticula tráfico de armas para a Serra Gaúcha

 

A gente sabe que o que existe aqui na Serra Gaúcha são grupos especializados que acabam comprando essas armas, principalmente esses grupos que se dedicam a assaltos a bancos e carros-forte. São grupos que compram essas armas irregularmente internadas”, revelou oi delegado.

 

 

As suspeitas surgiram depois que a Justiça do Uruguai revelou que está processando 12 pessoas ligadas ao tráfico internacional de armas ao Brasil para quadrilhas com ligações com a Serra Gaúcha. De acordo com os uruguaios, a polícia interceptou uma caminhonete com placas de Santa Catarina que pretendia deixar o Uruguai transportando dois mil projéteis 9mm e 500 cartuchos para calibre .223, para fuzis automáticos.

 

Um dos presos admitiu que vendia armas a máfias brasileiras desde junho do ano passado. De acordo com o processo, os policiais encontrara, diversas pistolas Glock, que podem ser compradas a US$ 900 no Uruguai e chegam a ter o valor triplicado em solo gaúcho, rifles semiautomáticos, celulares, GPS, cartuchos, carregadores e peças internas para manutenção de armamentos.

 

A ligação entre o crime organizado no Brasil e armas com registro em outros países é uma prática conhecida na Polícia Federal, mas não há indicação de que exista alguma ligação com o tráfico internacional de armas na região.

 

 

Já houve apreensão de armas oriundas do exterior, mas em nenhum momento se chegou à conclusão de que exista aqui na serra gaúcha, seja em Caxias ou Bento, uma quadrilha especializada no tráfico internacional de armas”, afirmou o delegado.