Que o aumento dos assassinatos no estado está diretamente ligado ao tráfico de drogas todo mundo sabe.
O problema é que mesmo com a eficiência da ação policial, o tráfico resiste, porque ele tem uma capacidade de renovação que nenhum outro crime tem.
Por isso, as toneladas e toneladas de drogas apreendidas a cada ação policial não chegam nem perto da real quantidade que circula por aí.
Na verdade, a repressão policial dá conta apenas de uma pequena parte dessa quantidade toda, porque os grandes esquemas do tráfico nem de longe são exterminados.
É evidente que é preciso sim continuar reprimindo o tráfico e prendendo traficantes. Mas é o foco principal da polícia que deve mudar, para quebrar a logística de distribuição da droga e atacar os laboratórios clandestinos de produção.
Pensar que a prisão de aviõezinhos vai ajudar a reduzir o tráfico e o consumo, é mera ingenuidade. Por isso, por mais que a polícia combata o tráfico de drogas nas ruas, esse combate é como enxugar gelo.
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A verdade é que o estado precisa de uma vez por todas estabelecer uma política eficaz de controle de drogas no país e não se descarta pelo menos debater a descriminalização.
É preciso tirar o dinheiro das mãos dos traficantes, pra combater essa engrenagem que garante a sucessão aos traficantes retirados das ruas.
Mas é preciso também entender que a melhor maneira de reduzir o tráfico é atacar o consumo, investindo no tratamento dos usuários e na prevenção ao uso da droga.
Por isso, a saúde pública tem que fazer o seu papel, porque o problema das drogas não é só um caso de polícia.
Prender traficantes, a polícia deve sim continuar fazendo. Mas a repressão não vai funcionar se não houver tratamento dos usuários e conscientização pra que os nossos jovens fiquem longe das drogas.
