Memória LEOUVE

Da economia à seleção, afundamos de vez

Da economia à seleção, afundamos de vez

Há controvérsias razoáveis para saber quantos anos andamos para trás nos últimos três ou quatro anos. Os mais otimistas falam em cinco, este é o pulo para trás do pib per cápita dos brasileiros. Há quem entenda que não avançamos nada nos últimos seis ou sete anos. Enfim, as contas são muito díspares e os parâmetros os mais diversos possíveis.

Pois, se não há na economia qualquer espécie de alento e este desarranjo todo tem como uma de suas derivantes a política, no último domingo escancaramos mais um ramal da nossa infinita crise. A seleção brasileira acabou eliminada, na primeira fase, da Copa América.

Nem o gol absolutamente ilegal nos redime. Revivemos o maior desastre futebolístico já vivido pela nação dois anos atrás, o vergonhoso 7 x 1 para a Alemanha. Agora não conseguimos vencer do Equador – só não perdemos por um erro de arbitragem, nem o Peru.

O único craque indiscutível da seleção está preservado para disputar as olimpíadas e Dunga como técnico, se dirá, é um excelente volante. Dunga é gaúcho de Ijuí e não gosta de levar desaforo para casa. Tem muitos atenuantes a ajuda-lo, mas nenhum o salvará. A imprensa do centro do país já decidiu, faz tempo, que ele não é o técnico indicado. Cá entre nós, desta vez podem estar certos. Dunga não tem currículo como treinador. Não é um especialista tático. Antes disto é um capitão de equipe, expert em motivação. E só motivação não traz resultados. Nem a família Scolari conseguiu reproduzir bons resultados. Há adversários a ultrapassar.

O ano era 1970. O Brasil vivia um período obscuro de regime de exceção. Mas o futebol nos redimia. Éramos os melhores. Não havia tanta violência – nova exceção- a não ser nos porões do DOI CODI.

 

Hoje temos uma economia em frangalhos. A democracia virou esta baderna em que proliferam Cunhas e seguidores a manobrar vergonhosamente o regimento do Congresso e partidos que subjugam deputados como a tal Tia Eron. E, desastre dos desastres. Nem o Peru respeita mais a nossa seleção.