Memória LEOUVE

Eleições em Bento: a montanha se mexeu  

Eleições em Bento: a montanha se mexeu   

 Estava um verdadeiro marasmo a eleição municipal de Bento Gonçalves. Nada além dos vídeos em rede social que o pré-candidato pelo PMDB, César Gabardo vem postando com abordagens sobre temas que devem ser discutidos para o futuro da cidade, tais como transporte público urbano e a falta do tratamento de esgotos entre outros (a dica é a seguinte: mais do que a provocação por ele proposta, vale ler o debate que se segue aos vídeos).

 *Pois, desde que o ex-prefeito Alcindo Gabrielli havia anunciado sua decisão de não ser mais candidato- embora estivesse fardado para entrar de corpo e alma na campanha – nada havia mexido com o clima político que era da mais absoluta calma. De sábado para cá as coisas mudaram, numa cronologia que tento descrever a seguir. Foram dois encontros. Um ao meio dia de sábado e outro na noite de segunda-feira tão logo terminou a sessão da Câmara.

 

*A reunião de sábado tinha apenas dois vereadores, mas lá estavam representados cinco partidos, a saber: PDT, DEM, PPS, PSDB e PTB. A ideia era verificar a possibilidade de se criar a chamada terceira via para uma eleição majoritária à prefeitura (na verdade quarta via pois o PP, PMDB e PT, tudo indica, estarão com seus candidatos  estampados na urna eletrônica). No encontro não se falou em nomes, tampouco houve um fechamento de questão. O que ficou acordado é que num próximo encontro, que deve ou deveria acontecer esta semana, os partidos se esforçariam para trazer mais vereadores dando assim peso e maior representatividade ao grupo.

 

 *Pois enquanto este segundo encontro, não ocorre e não se sabe se ocorrerá, a notícia da reunião de sábado teve ao menos uma consequência importante. Fez a montanha se mexer. Ou seja, o candidato que sai em vantagem sempre é o que busca a reeleição. Guilherme Pasin e seus articuladores, entretanto, pareciam dormir em berço esplêndido. Aguardavam o decorrer dos fatos e não davam as cartas como seria de esperar. Um tipo de barganha. Deixe que nos procurem e quando não restar mais alternativas e o preço a ser pago pelo apoio estará depreciado, sai por uma bagatela. Pois na noite de segunda Pasin e seu entourage reagiram.

 

 *Numa casa ampla e confortável de um correligionário no bairro Santo Antão encontraram-se membros do PP, PTB e PSDB. Entre as figuras presentes, o próprio Pasin, o presidente do diretório Carlos Perizzollo e até o antes afastado Jauri Peixoto. Pelo PSDB lá estavam o vereador Gilmar Pessuto, o sindicalista Sérgio Neves e o ex-prefeito Aido Bertuol. Pelo PTB a presença mais importante era a do presidente da Câmara Valdecir Rubbo, ladeado pelo vereador Raquete, o maior entusiasta no apoio à reeleição do prefeito Pasin dentro do PTB.

 

*A confraternização acabou não chegando a selar um acordo, segundo me informou um do convivas. De qualquer forma, se o acordo acontecer, ainda será necessário ser referendado dentro dos partidos, em convenção. Aido Bertuol se dispôs a concorrer como vice. Os vereadores do PTB dariam densidade eleitoral à chapa.

 *De que tamanho e em que proporção se dará a divisão dos cargos e como será a coligação na eleição proporcional ainda são detalhes a serem mais aprofundados. Uma das propostas é que o PP aceitaria o PSDB na proporcional, desde que limitadas as candidaturas na lista ao número de três indicações do partido e estas seriam exatamente a dos três vereadores, Scussel, Pessutto e Pilotti. Para que esta proposta passe numa convenção obviamente o prefeito deverá conceder um bom número de secretarias a fim de acomodar candidatos a vereador que não poderão disputar a eleição.

 

*Mas não podemos deixar de lembrar que, mais antigo e sempre defensor do prefeito Pasin, o vereador Gilmar Pessutto tem aliados, apoiadores e vontade de ser o candidato a vice indicado dentro do seu partido.