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Na terceira semana, professores estaduais decidem manter a greve

Na terceira semana, professores estaduais decidem manter a greve

Professores estaduais decidem manter a greve após reunião sem acordo firmado com o governo do estado na manhã desta terça-feira, dia 31, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), em Porto Alegre. 

 

Em Bento Gonçalves poucos professores aderiram a paralisação, porém o movimento é forte por parte de alunos em toda a região da serra, como em Garibaldi que os estudantes fizeram uma caminhada com faixas escritas "o professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo", conta Jussara de Fátima Borges, diretora geral do Cpers de Bento.  

 

Os educadores reivindicam reajuste salarial, e exigem que o Poder Executivo retire três projetos que estão em andamento e prejudicam a categoria. Um deles prevê transformar entidades civis em organizações sociais, para parcerias com o governo em serviços públicos. 

 

Na audiência pública ocorrida ontem na Assembleia Legislativa representantes de várias categorias do funcionalismo do estado apresentaram uma carta aberta para contestar a possibilidade de que o projeto de lei amplie a intervenção da iniciativa privada em serviços públicos. Outras propostas protocoladas pelo governo é para a retirada de benefícios de professores que trabalham em escolas de difícil acesso e dependentes dos planos de saúde do  Instituto de Previdência do Estado (IPE), e essas propostas prejudicam a categoria de professores. A adesão à greve é estimada pelo sindicato em cerca de 70% da categoria em todo o estado.

 

Os educadores entram na terceira semana de paralisação, e a preocupação deles é de que não ocorra mudança e nem negociação. E para Jussara esses projetos prejudicam muito a educação, nos governos anteriores da Yeda  Crusius e do Germano Rigotto tentaram privatizar as escolas, mas em sua visão e à exemplo de São Paulo fazer isso é quebrar com a educação. "É um retrocesso para a educação. Então estamos lutando porque é uma vergonha o que estão fazendo com a educação no nosso estado e no nosso país, mantendo a greve por tempo indeterminado", afirma.

 

O Rio Grande do Sul possui o menor salário de educadores de todo o país. Atualmente os valores para 40 horas semanais é de R$2.135,64 e para 20 horas, R$1.067,82 no magistério. E na classe um o básico é de R$630,10. Esses valores foram recalculados em 2014, com reajuste de 13,62% e no próximo ano o governo não aumentou conforme era pedido da classe de 13,1%. Para chegar no piso em 2016 seria necessário um reajuste de 69% para 40 horas semanais. "A greve do magistério não é só por salário, é por uma educação pública de qualidade, concurso para que haja nomeação dentro da educação e estamos correndo risco que o governo mande os projetos para que não haja mais a paridade, que não haja mais reajuste", lamenta Jussara.