Não é o Big Brother, mas bem que parece. Intrigas, traições, formação de grupos, interesses escondidos e a luta por liderança e dinheiro são ingredientes em comum.
Mas, pelo menos nesses primeiros dias, é o paredão, e a eliminação de um concorrente por semana, que mais aproxima o governo Temer da atração global de férias.
A bola da vez caiu ontem: foi o ministro da Transparência Fabiano Silveira, pego em conversas com o agora delator Sérgio Machado e o presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre estratégias para, adivinhem? Barrar a Operação Lava-Jato.
O fato é que as segundas-feiras do temerário interino não têm sido nada tranquilas. Primeiro, por conta do vazamento das gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado numa espécie de Big Fone da verdade. Na semana passada, as conversas nada inocentes derrubaram o então ministro do Planejamento, Romero Jucá. Eliminado.
Agora, o roteiro foi o mesmo.
De novo, o grande irmão Temer não queria eliminar o ministro. Mas o que ele não queria mesmo era criar uma indisposição com o responsável pelo andamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o senador Calheiros, um concorrente considerado mais forte.
Mas o nada transparente ministro foi citado pelo próprio Renan como o cara que tentou descobrir o que haveria nos inquéritos de Janot contra o padrinho Renan.
Notícias Relacionadas
Brasil
Preço da carne deverá ter reajuste no RS por causa das queimadas
Fornecimento de estados atingidos pelos incêndios no Centro-Oeste do país está menor
Custo de Vida
Governo do RS encaminha isenção de ICMS para cachaça artesanal gaúcha
Estado vai apresentar ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) a proposta; se aprovada, a nova regra entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025
Aí não teve apelo, e Silveira caiu sem direito nem as poesias indiscretas do Pedro Bial. Eliminado.
Agora, os expectadores desse reality show aguardam o paredão da próxima semana.
Mas antes disso, a casa mais vigiada de Brasilia vai tremer, ou temer, com o perdão do trocadilho, o aguardado vazamento do conteúdo da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que já é considerado mais explosivo do que as próprias gravações feitas por ele nas conversas com o trio Renan, Sarney e Jucá.
Nesse paredão triplo, Machado revela todo o esquema que teria sido montado pelo PMDB do Senado para conseguir desviar recursos da Petrobras. É o BBB do PMDB.
Quem ouviu garante que Machado afirma na delação que Renan, Sarney, Jucá e o senador e ex-ministro Edison Lobão eram beneficiários diretos do esquema, e que ele acrescenta muitos detalhes do esquema do PMDB do Senado que não aparecem nas gravações das conversas.
Como disse o Bial em um desses BBBs da vida, a verdade é tão preciosa que precisa de tantas mentiras para não ser revelada.
