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Polícia Federal realiza operação contra fraudes em dados de vacinação da Covid-19, em Brasília e no RJ

A corporação cumpre nesta manhã seis mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão, em Brasília e no Rio de Janeiro.
A corporação cumpre nesta manhã seis mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão, em Brasília e no Rio de Janeiro. (Foto: Alan Santos / PR/Divulgação)

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quarta-feira (03), o coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ação investiga a atuação de uma associação criminosa que estaria inserindo dados falsos de vacinação contra a Covid-19, em sistemas do Ministério da Saúde. Ao todo, estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e outros seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

Batizada de “Venire”, a investigação apontou que os sistemas que seriam alvos dos criminosos são o SI-PNI e RNDS. As primeiras informações mostram, ainda, que a PF estava cumprindo mandados no condomínio onde o ex-presidente mora, desde que retornou ao Brasil. Outras prisões confirmadas são as do policia militar, Max Guilherme, e o militar do Exército, Sérgio Cordeiro, ambos seguranças próximos a Bolsonaro.

O material apreendido durante as buscas está sendo analisado, assim como está sendo feita a oitiva de pessoas que possuem informações sobre os crimes.

As inserções falsas de dados teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como principal consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, permitindo que os beneficiários pudessem emitir certificados de vacinação e burlar restrições sanitárias vigentes para conter o avanço da Covid-19. A investigação da PF aponta que o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.

As ações da PF ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação das “Milícias Digitais”, que tramita perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Os investigados poderão responder pelos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.