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Safra de caqui na Serra será menor, mas com valor elevado

A produtividade foi afetada pelas condições climáticas da primavera e verão, especialmente os frios tardios e a estiagem

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

A colheita da safra de caqui avança rápido na Serra Gaúcha, com cerca de 60% da área já colhida. O início da safra foi antecipado e a colheita deverá se estender até o final de abril. Na região, cerca de 900 propriedades cultivam uma área de 1.700 ha das variedades Fuyu, Kyoto, Rama Forte e Mycado, sendo o município de Caxias do Sul o maior produtor, seguido por Farroupilha, Antônio Prado e Pinto Bandeira.

A Emater/RS-Ascar estima que a safra deste ano na Serra fique em torno de 20 mil toneladas, o que representa uma produção 35% menor do que uma safra normal e 20% menor do que a safra passada.

O engenheiro agrônomo Enio Ângelo Todeschini, extensionista da Emater/RS-Ascar, explica que a produtividade foi afetada pelas condições climáticas da primavera e verão, especialmente os frios tardios e a estiagem, o que ocasionou também muitos pedidos de vistoria de Proagro. De acordo com ele, por ser uma planta mais rústica, de raízes profundas e não ter grande valor agregado, dificilmente os produtores investem na irrigação dos pomares.

Ainda segundo Todeschini, a variedade Fuyu (sem semente) apresentou muita queda de frutos e a variedade Kyoto (chocolate preto) ficou com calibre abaixo da média. Soma-se a isso a supressão de áreas de pomares de Kyoto que vem ocorrendo nos últimos anos na região, em função da suscetibilidade da planta à Antracnose, doença que provoca danos e exige muitos cuidados e tratamentos, elevando o custo de produção. Por outro lado, essa diminuição da produção e, consequentemente, da oferta, acabou valorizando bastante esta variedade nas últimas safras. Conforme o extensionista, a variedade Kyoto, que geralmente tinha um valor 25% menor que a Fuyu, ultimamente tem atingido uma precificação até 50% maior do que a Fuyu.

Com o encerramento da colheita se aproximando, Todeschini recomenda que os agricultores cultivem plantas de cobertura de inverno nesses caquizeirais. “O produtor pode semear em abril/maio alguma espécie de inverno – gramíneas ou outras espécies tradicionais como nabo forrageiro e ervilhaca – a fim de manter o solo coberto, produzir matéria orgânica, que é o fator essencial para a retenção de água, e depois essa palhada proteger conta o vento e os calores no verão, já que as últimas quatro safras foram de precipitações abaixo do necessário”, enfatiza.

CULTURAS DE VERÃO

Soja – A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A produtividade atual é estimada em 2.175 kg/ha, significando redução de 30% no potencial produtivo inicial da cultura em função da estiagem.

Conforme o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (06/04) pela Emater/RS-Ascar, no período, as chuvas ocorridas entre os dias 29 e 31 de março, melhor distribuídas e em volumes mais significativos, contribuíram para a recuperação/manutenção da umidade, especialmente em lavouras de semeadura mais tardia, que ainda não definiram o potencial produtivo. As precipitações também colaboraram para a uniformização da maturação, mas não prejudicaram a colheita, que evoluiu rapidamente de 8% para 18% da área cultivada no Estado. Porém, mesmo com esse avanço, persiste o atraso em relação às safras passadas.

Os resultados obtidos continuam muito variáveis entre as diferentes regiões do Estado: em lavouras lesadas na Fronteira Oeste, a produtividade é de 180 kg/ha, o que não cobre os custos de colheita; e em parte das lavouras nos Campos de Cima da Serra, as produções estão próximas a 4.000 kg/ha, índice que não se diferencia do projetado no início do plantio.

Nas lavouras afetadas pela estiagem, há uma proporção elevada de grãos com coloração esverdeada e com tegumento enrugado no produto colhido, mas, mesmo assim, a classificação se encontra dentro do padrão comercial. Os produtores prosseguiram as pulverizações por meio do uso de herbicidas desfolhadores para a uniformização da maturação, dada a diferença de vagens maduras e verdes nas mesmas plantas.

Milho -A colheita ocorreu novamente de modo lento, evoluindo para 80%, pois os produtores continuam dedicados à atividade na soja.

A ocorrência de chuvas no Estado, de forma mais abrangente e em significativos volumes pluviométricos, melhorou o ambiente de condução das lavouras semeadas mais tardiamente. Em relação ao aspecto visual, percebe-se a coloração verde mais escura das plantas, gerando boas expectativas de produtividade. Contudo, essas lavouras dependem também da continuidade de temperaturas amenas e da não formação de geadas para encerrarem o ciclo e manterem o potencial de produtivo. No período, os ventos fortes acompanhados de precipitações no dia 29 de março causaram danos pontuais em lavouras já afetadas.

A área cultivada de milho no Estado é de 810.380 hectares. A produtividade atual está estimada em 4.440 kg/ha, representando redução de 39,49% em relação à projeção inicial.