Soraia Hanna palestra para empresários na CIC Caxias do Sul com foco em comunicação e gestão de riscos

A jornalista e empresária Soraia Hanna palestrou na Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Caxias do Sul nesta segunda-feira (24), com um tema atual sobre reputação e gestão de riscos das empresas. Na Reunião Almoço (RA), ela salientou a importância de manter uma boa comunicação entre empresa, funcionários e público em geral, além de destacar o papel da imagem na construção do valor de uma marca.

Como sócia-diretora da empresa Critério Resultados em Opinião Pública, Soraia apresentou dados que mostram a cultura do tema. Segundo ela, 76% dos executivos brasileiros atribuem o valor de suas empresas à reputação e 1/3 da avaliação financeira das empresas nas 15 maiores bolsas de valores do mundo vêm da reputação corporativa. Para ela, reputação é um acúmulo de boa vontade, fazendo o que é certo.

Na palestra, Soraia Hanna salientou por algumas vezes a expressão “crises vem e passarão”, com o intuito de ressaltar que as crises não vão cessar por completo, independente do contexto, mas há como prevenir e até mesmo, torná-las superadas. Para superação desse empecilho, a empresária destaca que é necessário se trabalhar o estoque de boa vontade. “Acredito que a questão mais importante é essa prevenção de quem trabalha com a gestão e com a cultura de comunicação interna. Como a gente faz isso? A gente precisa trabalhar os estoques de boa vontade. Tenho que dizer o que a minha empresa já está fazendo, na área ambiental, na sustentabilidade, no relacionamento com a comunidade, nos compromissos sociais, nas entregas dos produtos, na qualidade dos produtos, eu tenho que sempre estar noticiando, repetindo, as pessoas precisam dessa repetição”.

Como a jornalista destacou em determinado momento da palestra, “todos os caminhos levam à política”, o contexto das eleições de 2022 geraram, em alguns casos, conflitos entre gestão e funcionários, devido às diferenças de pensamento de cada um, situações que, por momentos, causou a demissão de funcionários. Soraia dispara que algumas empresas precisam seguir protocolos, além de definir uma persona para fazer a comunicação entre as partes, tanto o público interno como o externo.

“Vivemos, infelizmente, uma crise de valores, e nessa crise de valores cada um quer colocar a sua ordem com força, com o grito. E não é assim. Sabemos que tem que ter empatia, tem que ter respeito. Acho que em um primeiro caso, para as empresas, e até acho que é importante, um case que aconteceu nas eleições é: com previsibilidade tudo fica mais fácil para a gente gerir. Tem que ter protocolos nas empresas. Quem é que fala em nome da empresa? Eu já vi casos e tivemos que trabalhar muitos casos em que um sócio divergia do outro, então, vamos dar clareza nesses protocolos, como se prevenir, o que a gente pode falar de política. Acho que a falta de não saber o que acontece dá margem para interpretações. E quando dá essa margem, as pessoas se perdem e aí é um contra o outro e é muito ruim para a democracia”.

Ainda, conforme a especialista, a conjuntura econômica, o cenário de instabilidade e a polarização constante são gatilhos que tornam o debate cada vez mais próximo das empresas. Da mesma forma, o contexto econômico global e brasileiro gera incertezas e desconfiança nos ambientes corporativos e fazem a sociedade optar por marcas com posicionamento e ação. “Não basta fazer uma nota ou querer agradar sem conversar com a realidade a partir de ações concretas. Atitude gera confiança, fundamental no jogo da reputação”, afirmou Soraia.

E durante uma crise, o que fazer? Soraia elencou algumas ações: fazer um plano de blindagem, identificando riscos potenciais antes da crise acontecer; identificar claramente o problema, reunindo todas as informações; criar um comitê de crise; estabelecer o alinhamento oficial definido pela organização e compartilhar com o time; e não se afundar no problema, o trabalho não pode parar.