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Caxias registra ocupação em quatro escolas estaduais

Caxias registra ocupação em quatro escolas estaduais

A greve dos professores de Caxias do Sul ganhou o apoio dos estudantes nesta semana. Desde a última quarta-feira, dia 20, alunos estão ocupando escolas pedindo melhorias na educação e em apoio à greve dos professores. Até essa sexta-feira, dia 20, quatro escolas haviam sido ocupadas pelos alunos: a Escola Estadual de Ensino Médio Apolinário Alves Dos Santos, o Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, Escola Municipal de Ensino Médio Emílio Meyer e Escola Estadual de Ensino Médio Cavalheiro Aristides Germani. 

 

Segundo Júlia Carolina da Silva Ferreira, presidente do Grêmio estudantil da escola Apolinário, o principal motivo da ocupação é a falta de repasse para merendas, mas os estudantes debatem o cenário da educação como um todo. “A gente tá reclamando dos R$ 0,33 que a gente recebe como repasse para a merenda. Se todos os alunos da escola quiserem lanche, não vai ter para todos”, disse. “A gente tem algumas pautas que não são só nossas, como escolas como o Cristóvão que estão praticamente caindo”, reclama.

 

A professora Bárbara Netto destaca que a atitude dos estudantes motivou mais professores a aderirem ao movimento de greve. “Praticamente todas as escolas de Caxias tem algum professor paralisado. E as escolas que tiveram ocupação de alunos aumentou bastante a adesão de professores”, conta.

 

Ainda conforme a professora, os alunos têm se mantido na escola de forma muito organizada. “A gente até ficou preocupado no começo, porque são adolescentes que vêm para a escola e dizem que vão ficar aqui. A gente não sabia como isso ia funcionar, mas eles estão muito organizados, realmente conseguindo fazer um movimento positivo, disciplinado. Não teve nenhum ato de depredação da escola e durante as noites que passaram aqui não teve nenhuma confusão relatada”, conta.

 

Os estudantes não têm data para desocupar as escolas ocupadas. Eles se revezam em turnos para que todos possam ir em algum momento para casa e organizam as próprias refeições e atividades durante o dia. Enquanto as aulas normais não voltam, eles realizam atividades culturais e aulas especiais para o ENEM. Algumas escolas, ainda, como o Emílio Meyer, continuam com aulas para os alunos que não aderiram ao movimento.

 

Alunos da Escola Estadual Técnica de Caxias do Sul (EETECS), no bairro Presidente Vargas, e da Escola Estadual Victório Webber, do bairro Serrano, também realizaram protestos durante a semana cobrando melhorias na estrutura das escolas.