Memória LEOUVE

Mudam as coisas, mas nem todas

Mudam as coisas, mas nem todas

Não tenhamos dúvidas. Muitas coisas vão mudar no Brasil nos próximos dias, nem todas para melhor, nem tudo que importa vai mudar também. Querem um exemplo acabado: o presidente da Câmara Federal, o trapalhão Valdir Maranhão, vai se agarrar ao cargo e vão tentar derrubá-lo. O fato de ser aliado de Cunha não é suficiente para que seja deposto. É preciso encontrar algo mais consistente do que sua simples e já demonstrada inépcia para a função. O resto é casuísmo.
 O novo líder de governo, André Moura, do PSC do Maranhão, é aliado de Cunha, investigado na Lava Jato, investigado em crime de homicídio e em casos de corrupção fora da Lava Jato. Ou seja é um protótipo acabado de quem realmente tem poder de influência em Brasília e isto vai ser difícil de mudar. Temer vai com a onda para tentar conduzir suas reformas neste interinato.

Mas há coisas mudando. A política externa do Brasil está dando uma guinada. O país se afastará do grupo bolivariano. Fora Maduro e companhia. A aproximação agora será com a nova Argentina que busca se consolidar após a longo, conturbada e decadente era Kirchner.

Aqui sim uma ideologia diferente daquela que vigoro nos últimos 13 anos

Outra mudança que ganha os principais espaços no noticiário dá conta da ausência de mulheres no novo governo. Convidadas, pelo menos meia dúzia de mulheres declinaram do convite para assumir a área da Cultura e um homem, Marcelo Calero, foi conduzido ao cargo ontem. Mais que isto, há uma grande restrição por setores determinados, especialmente a classe artística, contra a extinção do Ministério da Cultura. Até o presidente do Senado vai tentar convencer Temer a voltar atrás.

Mudam as demandas de acordo com o lado do balcão em que se está. Todo mundo concorda que é preciso enxugar a máquina e cortar ministérios. Mas na hora do corte o chororô é grande. A dor alheia é mais suportável.