Brasil

Eduardo Leite lamenta ataque em Blumenau e sugere mudanças na segurança escolar do RS

Governador defendeu que Estado reforme projetos arquitetônicos das escolas e ofereça programas de formação e defesa para professores e funcionários

Lula recebe Eduardo Leite nesta quarta-feira (27) para discutir ações contra enchente
(Foto: Gustavo Mansur/Palácio do Piratini/Divulgação)

Em entrevista a um dos produtos da Jovem Pan nesta quarta-feira (05), Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul lamentou o ataque à creche em Blumenau e afirmou que a secretaria da Educação do RS está se movimentando para evitar crimes parecidos no Estado. “O poder público precisa dar suporte para situações que se apresentem nessa medida. O que determinei não é fora da realidade do Brasil. No Rio Grande do Sul não tivemos casos, mas temos que começar a pensar”, disse. “Minha percepção é que se deve ter orientação para as equipes, como não era realidade até aqui, de determinados procedimentos padronizados de controle de acesso de pessoas. Intervenção arquitetônica, de arquitetura e engenharia: eventualmente as escolas não estão preparadas para bloquear o acesso das pessoas. Portão com acesso quase livre, tranquilo, terá que identificar isso”, descreveu.

Eduardo ainda prestou solidariedade ao governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, e ao prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt. “O Rio Grande do Sul se coloca à disposição no que puder ser feito de apoio. Nós todos estamos chocados, fui prefeito quando teve o episódio lamentável da Boate Kiss. A gente se coloca no lugar do prefeito, da cidade, da sociedade. Todos estamos consternados com essa notícia. Consigo imaginar a dor que estejam sofrendo nesse momento, todo nosso abraço a eles”, lamentou. Para o governador, crimes como o de Blumenau exigem uma reflexão conjunta entre segurança pública e saúde mental. “Não tem como dizer que o dia é bom quando amanhece com uma notícia dessas, até atrapalha nosso raciocínio para todos os temas. Entendo a indignação, acho que a gente precisa discutir punição severa para quem comete um crime bárbaro como esse. Não tenho convicção que seja pena de morte, mas o ponto também é o seguinte: boa parte de crimes ocorridos são falhas coletivas. A sociedade falhou, na verdade. Falhamos coletivamente como sociedade. Descarregar toda a carga sobre a pessoa individualmente, ignorando haver uma falha coletiva. Nesse caso é a saúde mental”, refletiu.

No Brasil, em menos de um mês, duas tragédias aconteceram em escolas. Em Blumenau, quatro crianças foram mortas por um agressor de 25 anos em uma creche nesta quarta-feira, 5. Em São Paulo, na semana passada, um adolescente matou uma professora a golpes de faca em uma escola pública da zona oeste da capital. Para Leite, a imprensa e a sociedade têm um papel indispensável na repercussão dos crimes. “Um dos primeiros pontos até envolve a própria imprensa. Algumas dessas pessoas buscam notoriedade mediante uma ação absolutamente deplorável como essa. De alguma forma isso envolve uma compreensão de todos nós, para não dar a essas pessoas o que elas querem, sendo a mídia e alguma notoriedade. É um incentivo que se dá”, argumentou. Por outro lado, o governador ainda descarta a presença total de policiais nas escolas. “Você tem escola de manhã, de tarde e de noite. Você está falando sobre revezamento de turnos que demandará mais de 5 mil policiais. O Estado tem 17 mil policiais, o custo é inviável. Em alguns casos pode ter, se necessário. Escola é para ter prazer de estar lá”, concluiu.

Fonte: Jovem Pan