Um golpe na paciência dos brasileiros

Já se diz há algum tempo que jornalista não pode dormir de touca em Brasília e nestes dias sequer pode almoçar em paz sem estar com os olhos e ouvidos atentos às revoluções por minuto que acontecem a cada dia.

A segunda-feira se iniciou como que para ser a abertura da semana em que o Senado levaria ao plenário a votação pela admissibilidade do impeachment e com isto afastaria por 180 dias do comando do pais a presidente Dilma Roussef. Pois não é que um obscuro deputado do baixo clero, lançado à interinidade do comando da Câmara Federal bagunçou tudo. Valdir Maranhão aceitou em parte a arguição da AGU . Considerou que o fato dos partidos fecharem questão, obrigando o deputados a votarem desta ou daquela forma, seria um pré-julgamento. Da mesma forma os deputados abrirem voto antes mesmo de escutarem os argumentos de uma e outra parte, também seria pré-julgamento. Não deixa de ter razão Mas é preciso considerar o que todos têm dito e reconhecido até pelo STF: o julgamento é político.

O que se está vendo nesta segunda-feira é a continuidade de uma pantomima chata e nefasta. Chata porque os brasileiros correm o risco de terem que assistir novamente a uma sessão para lá de chata em que os mais de 500 deputados se revezam num microfone para declarar seu voto, homenageando familiares e sabe-se lá mais o quê. Nefasto, porque é preciso de uma vez por todas colocar o Brasil nos trilhos. Passar sinais de credibilidade aos agentes econômicos e permitir que as pessoas possam planejar suas vidas. Até mesmo no cenário internacional estas aberrações políticas denigrem a imagem de uma Nação séria.