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Novas denúncias do MPF envolvem Argello, mensalão e tesoureiro do PT

Novas denúncias do MPF envolvem Argello, mensalão e tesoureiro do PT

O juiz Sérgio Moro deverá analisar na próxima semana a denúncia realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta sexta-feira, dia 6, contra o ex-senador Gim Argello, o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Delúbio Soares, o empresário Ronan Maria Pinto, dono de um jornal na região do ABC paulista e o publicitário Marcos Valério, já condenado pelo envolvimento no Mensalão, além de outras 17 pessoas ligadas aos empreiteiros Marcelo Bahia Odebrecht, da Odebrecht, e Léo Pinheiros, da OAS, por suposto envolvimento em crimes investigados pela Operação Lava-Jato.

 

A novidade desta fase da Operação Lava-Jato, ainda que não faça parte das denúncias, é a ligação da investigação com outros dois casos envolvendo o PT: a ação penal 470, conhecida como Mensalão, e o assassinato de Celso Daniel em janeiro de 2002, na época prefeito de Santo André.

 

O ex-senador Argello deve responder por crimes como corrupção passiva, concussão, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução à investigação. O MPF pede o confisco de R$ 7,5 milhões e € 200 mil, além de mais R$ 70 milhões correspondentes ao dobro da propina exigida. O filho de Argello, Jorge Afonso Argello Junior, também foi denunciado por envolvimento no esquema.

 

O nome de Argello apareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que está em prisão domiciliar desde que foi preso durante a 28ª fase da Lava-Jato e indiciado pela Polícia Federal por corrupção, e do dono da UTC, Ricardo Pessoa.

 

O MPF diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. Em troca, ele barraria a convocação de executivos das empreiteiras para a CPMI que investigou o esquema de corrupção na Petrobras.

 

O empresário Ronan Maria Pinto é dono de um jornal diário em Santo André e de empresas do setor de transporte e coleta de lixo. Ele foi preso na 27ª fase da Operação Lava Jato e denunciado por lavagem de dinheiro. Ele é investigado por ter recebido R$ 6 milhões do empréstimo realizado entre o pecuarista José Carlos Bumlai e o Banco Schahin. No ano passado, o empresário foi condenado, com direito a recurso, por envolvimento num esquema de cobrança de propinas na prefeitura da cidade.

 

 

O MPF não encontrou indícios que ligassem o empréstimo com a morte de Celso Daniel, e por isso retirou a suspeita de extorsão da denúncia, que envolve também Delúbio Soares, Marcos Valério e mais seis pessoas por lavagem de dinheiro. Conforme as investigações, Marcos Valério teria afirmado ao MPF que parte do empréstimo era destinado a Ronan Maria Pinto, que supostamente extorquia dirigentes do PT.