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Ao anunciar que não concorre, Alceu relembra dificuldades e reclama de críticas

Ao anunciar que não concorre, Alceu relembra dificuldades e reclama de críticas

Na entrevista coletiva na qual anunciou a intenção de não concorrer à reeleição neste ano, o prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho (PDT) justificou a decisão por dois motivos principais.  O primeiro seria a contrariedade dele em relação à reeleição e o segundo a necessidade de maior convívio familiar.

 

Alceu anunciou o apoio a Edson Néspolo (PDT), atual presidente da Festa da Uva, como seu candidato a sucessor.

 

Alceu se emocionou ao falar da família e revelou que a decisão foi tomada há mais de um ano, mas que o anúncio dependia de questões importantes. 

 

Ele revelou que o governador Jose Ivo Sartori foi a primeira figura a publica a ser comunicada da decisão.

 

Após apresentar um vídeo com as obras realizadas e todos os investimentos feitos ao longo da gestão, que chegaram a R$ 7,5 milhões em construções de ginásios para escolas e que resultaram no aumento de 3 mil para 10 mil crianças atendidas em creches municipais, Alceu Barbosa Velho dividiu o período à frente da prefeitura por meio das dificuldades que ele considerou as mais difíceis enfrentadas.

 

Ele disse que o primeiro desafio à frente da prefeitura foi a Lei Kiss, em 2013. "Foi um entrave para o desenvolvimento das empresas da região e dos empreendimentos o tal do PPCI", disse.

 

No mesmo ano, o prefeito considerou como problema as manifestações de junho e os black blocks. "Tentaram invadir a Prefeitura, quebraram, causaram danos e prejuízos". 

 

"Em 2014, entramos na fria da Copa do Mundo, literalmente. A resposta está aí até hoje com essas obras e estádios que construíram", prosseguiu.

 

Alceu seguiu a retrospectiva falando da migração. "No mesmo ano tivemos aquela migração em massa, junto com a Festa da Uva. Tivemos que aguentar o rojão sozinhos, sem apoio nenhum do Estado e do governo federal. Fui pessoalmente lá em Brasília conversar com o Ministro para conseguir passaportes para regularizar todo mundo. E ainda me criticam. A FAS também nos ajudou muito. Conseguimos ajudar a todos. Sme privilégios, mas sem discriminação. Não é porque é de fora que vamos tirar um cidadão daqui da fila, mas também jamais deixaríamos de atender. Hospital e saúde nunca negamos", disse.

 

"Depois veio a crise econômica no final de 2014. Congelamos os salários. Eu já previa que poderia ir até o final de 2016. E não deu outra. Começamos a cortar antes que todo mundo. Cortamos na carne. Em 2015, veio o agravamento da crise. Foram 15 mil desempregados novos em Caxias. Uma loucura. Caiu toda nossa arrecadação. Cerca de R$ 50 milhões a menos. O pior ano da história. E agora, o pior El Niño da história. E mesmo com toda a chuvarada, sem alagamentos na cidade. Me diziam que enterrar cano não dá voto. Não estou preocupado com isso. Resolvemos problemas cinquentenários de alagamentos históricos, como no Desvio Rizzo, por exemplo".

 

Alceu lamentou ainda os cortes de verbas federais para a construção de oito creches, cujas áreas já estavam reservadas e até terraplanadas. Falou também do corte no repasse de verbas estaduais para os hospitais, que foi compensada com investimento do Município. 

 

Depois de ressaltar a qualidade da equipe de secretários e CC’s, ele enfatizou a economia gerada pelo Diário Oficial eletrônico, proposto por Felipe Gremelmaier recentemente.

 

Sobre as justificativas para a decisão, Alceu disse que não poderia perder a coerência. "Sempre me posicionei contra a reeleição. Não iria mudar agora, como fazem os demagogos. Era isso que achavam que eu iria fazer, aliás, mas quem me conhece sabe que eu não faria. Chega dessa demagogia que vemos por aí. Da cara de pau do Eduardo Cunha, por exemplo, que é chamado de ladrão na cara e finge que nada acontece. Eu não sou assim. É a pior coisa a demagogia. Está na hora do gestor público deixar de pensar em si e pensar no interesse da população. E tambpém não quero ficar porque começam a criar grupos. Eu não sou de grupo nenhum. Quando começa a formar correntes dentro da administração estraçalha tudo".

 

Alceu reclamou das críticas e disse que continuará na vida pública. Ele não descarta se candidatar a deputado ou mesmo a governador no futuro. Mas disse que momentaneamente cuidará da atividade profissional.

 

"Vou praticar o desapego. Eu sou advogado. Eu amo o direito. Adoro participar de júri, defender. Não sou político", garantiu. 

 

"Ainda temos objetivos nesta gestão. O aeroporto, o PAI 3 (Programa de Afaltamento do Interior) que está a cara do gol para sair. Já falamos com os senadores gaúchos lá. Depende do financiamento com o banco que tem sede na Venezuela. Estou preocupado porque o Brasil deve para esse banco."

 

Alceu finalizou dizendo que seguirá executando trabalhos comunitários e projetou dificuldades financeiras, sobretudo com o processo da família Magnabosco, que reclama área invadida do bairro 1º de maio.

 

"Aquilo lá é uma loucura. Só de início seriam mais de R$ 300 milhões. Compromete orçamento de quase 20 anos do Município. Não tem condição nenhuma. Sem falar que aquele processo é um absurdo. O Município foi direcionado porque é o único que poderia pagar", considerou.

 

 

Alceu disse ainda que a parceria entre PDT e PMDB está bem alinhada e que o atual vice, Antonio Feldman, quer continuar na função. No entanto, há uma ala do PMDB que defende candidatura própria. Nesse caso tendo, o deputado federal Mauro Pereira como candidato a prefeito. Se a coligação for mantida, Mauro iria como vice.

 

 

 

Ouça trecho da manifestação do prefeito: