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Oncofertilidade

Oncofertilidade

 

Cada vez mais crianças, jovens, homens e mulheres em idade reprodutiva são acometidos por algum tipo de câncer e precisam se submeter a tratamentos como radioterapia ou quimioterapia. Estes tratamentos têm efeitos colaterais, sendo um deles o impacto negativo na fertilidade, podendo tornar o paciente subfértil ou até infértil. 

Subespecialidade médica oferece opções para manter a fertilidade, como o congelamento de óvulos e espermatozoides. Especialista alerta para a importância de informar o paciente antes de dar início ao tratamento oncológico.

O médico urologista especialista em oncofertilidade, Alberto Stein, destaca que muitos destes pacientes não têm sido alertados quanto à influência destas terapias no sistema reprodutivo. “Algumas drogas utilizadas na quimioterapia, por exemplo, podem levar a anormalidades genéticas nos espermatozóides ou até a ausência total deles, além de impedir a formação do embrião ou a fixação do mesmo no útero. Por isso é fundamental que o paciente tenha conhecimento sobre as alternativas de preservação da fertilidade antes iniciar o tratamento oncológico”, explica.

Segundo Stein, a intenção é permitir que, uma vez tratado o câncer, a pessoa tenha a fertilidade restaurada e melhor qualidade de vida. O momento mais indicado para cuidar da fertilidade destes pacientes é atuando antes de iniciar o tratamento oncológico, através do congelamento de espermatozoides, oócitos ou embriões. “Em casos específicos é possível realizar também o congelamento de tecido ovariano”, destaca o especialista do Centro de Reprodução Insemine. O tratamento deve ser individualizado, considerando a idade, o tipo de câncer e o esquema terapêutico.

O médico Stein fala também que mesmo aqueles pacientes que estão em tratamento ou já fizeram tratamento contra o câncer e não foram orientados a buscar a preservação da fertilidade, não devem perder a esperança. “É preciso fazer uma avaliação médica personalizada pois, em alguns casos, é possível reestabelecer a fertilidade com a utilização de técnicas de reprodução assistida”, diz Stein.

Há poucas décadas o acesso a terapias para tratamento do câncer era difícil e alcançar a cura já era sinônimo de vitória. Hoje aproximadamente 75% das crianças e jovens que têm a doença sobrevivem e conseguem manter um nível satisfatório de qualidade de vida, conforme estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Assim, num futuro próximo poderão constituir família e ter filhos.