Memória LEOUVE

Caxias registrou mais de 5 mil acidentes de trabalho em 2015

Caxias registrou mais de 5 mil acidentes de trabalho em 2015

O dia 28 de abril é dedicado a memória das vítimas que morreram em acidente de trabalho. A data, que surgiu no Canadá, tem por objetivo alertar sobre a importância da prevenção de casos, propondo uma reflexão sobre o tema para empregados, empregadores, profissionais da saúde, líderes sindicais, entre outros.

 

Em Caxias do Sul, a Secretaria Saúde e o– Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST/Serra), notificou 5.297 acidentes de trabalho em 2015, tanto em trabalhos formais como informais. Destes, 692 foram referentes a acidentes de trabalho de maior gravidade e doenças ocupacionais específicas e 4.605 referem-se a acidentes de trabalho classificados como não graves e às doenças ocupacionais.

 

Um levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizado em 2013, aponta que 321 mil pessoas morrem, por ano, em consequência de acidentes no trabalho no mundo. Já 160 milhões de pessoas sofrem de doenças não letais relacionadas ao trabalho e 317 milhões de acidentes laborais são registrados por ano. Além disso, cerca de 2,02 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas ao trabalho.

 

Em Caxias do Sul, dos 692 casos registrados de maior gravidade, 230 foram classificados como acidentes de trabalho graves, 387 acidentes de trabalho com exposição a material biológico, 10 intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho, nove acidentes de trabalho com animais peçonhentos, duas como violência relacionada ao trabalho, além de 39 como Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteo musculares Relacionados ao Trabalho (DORT), 12 foram perda auditiva induzida pelo ruído e três dermatoses ocupacionais.

 

Além disso, referente ao desfecho dos acidentes graves, em 2015, Caxias do Sul teve oito óbitos relacionados ao trabalho, três casos de incapacidade total permanente, um caso de incapacidade parcial permanente e seis casos de incapacidade temporária. Em comparação aos outros anos, identificou-se um aumento dos óbitos relacionados ao trabalho e uma diminuição significativa dos casos de incapacidade temporária ou permanente.

 

As ocupações com maior incidência de acidentes considerados não graves e/ou ligados a doenças ocupacionais foram: alimentador de linha de produção, com 439 casos, faxineiro, com 224 acidentes, soldador, 179 registros, serventes de obras, com 165 notificações e pedreiro, com 156 casos. 

 

Os acidentes e as doenças do trabalho causam danos aos trabalhadores e às suas famílias na forma de redução de renda, interrupção do emprego de familiares, gastos com acomodação no domicílio e, o mais importante, a dor e o estigma do acidentado ou doente. Conforme a Relação Anual de Informações do Ministério do Trabalho e Previdência Social (RAIS), a sociedade brasileira paga cerca de R$ 800 bilhões de salários e gasta R$ 71 bilhões com acidentes e doenças do trabalho, ou seja, quase 9%.

 

 

O CEREST/Serra realiza também o monitoramento dos agravos à Saúde do Trabalhador notificados ao SUS, a fim de criar estratégias para a diminuição dos acidentes e doenças ocupacionais. Além do trabalho de Vigilância Epidemiológica em Saúde do Trabalhador, a equipe do CEREST/Serra realiza Vigilâncias em Ambientes de Trabalho nos diferentes ramos produtivos, visando identificar os riscos à Saúde do Trabalhador e promover um trabalho educativo com a empresa com o intuito de reduzi-los, evitando assim acidentes e doenças ocupacionais.

 

Os números também apontam que o só no primeiro trimestre desse ano em comparação ao ano passado o número de óbitos é três vezes maior que o número de mortos por acidentes de trabalho, de acordo com o levantamento feito pela CERES/Serra. “Mesmo com o trabalho de prevenção que é feito nas empresas, o índice de acidentes com mortes ainda é expressivo e nesse ano os primeiros meses já dá uma demonstração”, explica a coordenadora do CERES/Serra, Nicieli Sguissardi.