Memória LEOUVE

Atrás das grades

Atrás das grades

Que vivemos tempos de insegurança não é novidade. Há muitos anos se inverteram alguns valores e hoje os cidadãos moram cercados por grades enquanto os bandidos estão às soltas. Leis coniventes que permitem recursos infindáveis? Morosidade no poder judiciário? Leniência? Falta de aparato policial e até de cadeias?

Certamente de tudo um pouco e tudo redundando num circulo vicioso odioso. O criminoso condenado no Brasil não tem a menor chance de ser reeducado, pelo menos não na quase totalidade das penitenciárias existentes. Reza a lenda que quem for condenado em regime fechado está condenado à faculdade do crime. Se especializará e fara de tudo para sair, sem chances de reencontrar um lugar relativamente confortável na sociedade. Ou seja, voltará ao crime, para desespero da sociedade.

Com efeito, é preciso encontrar uma saída para este labirinto. Nossas cidades precisam oferecer oportunidades de trabalho digno e moradia com saneamento e acesso aos confortos sociais tão vendidos peo mundo capitalista daqueles que alcançaram a sua estabilidade financeira. Enquanto o poço que separa as classes menos favorecidas das mais abastadas permanecer tão profundo, tudo fica mais difícil; enquanto as verbas que deveriam minimizar estas diferenças continuarem sendo roubadas na forma de suborno, não haverá esperança; enaqunto não se construírem novas e modernas cadeias, com possibilidade de reabilitação, continuaremos perpetuando a barbárie e não teremos mais a certeza de que ir ao mercado da esquina é seguro.

Mas é claro. Existem facínoras que não podem e não querem ser reabilitados. Gente com mente deturpada, gente doente, que simplesmente precisa ser afastada da sociedade. Não podemos ser simplistas e acreditar que todo o mal tem apenas uma origem. Não é só a falta de oportunidade de ascensão social, nem só o dinheiro que faltou no hospital porque foi parar numa conta da Suíça. Mas é preciso atacar as causas, uma a uma e com determinação e força se quisermos deixar um país melhor aos nosso filhos e netos. Na questão segurança, o Brasil e o Rio Grande do Sul já foram lugares melhores para se viver.