Cidades

Três são condenados pelo homicídio do Cacique em Ronda Alta

Foto: Rádio Uirapuru
Foto: Rádio Uirapuru

O Tribunal do Júri votou por condenar três pessoas pelo homicídio do cacique Antônio Mig Claudino, morto em 2017 na Terra Indígena de Serrinha, em Ronda Alta (RS). O Conselho de Sentença, formado por três mulheres e quatro homens, reuniu-se na tarde desta quinta-feira (9), após dois dias de julgamento. A sessão foi presidida pela juíza federal substituta Priscilla Pinto de Azevedo, da 3ª Vara Federal de Passo Fundo.

Dois réus, incluindo o considerado mandante, foram condenados a pena privativa de liberdade de 14 anos de reclusão. Já o executor do crime recebeu a maior pena, 16 anos de reclusão. Todos deverão cumprir em regime fechado. A sentença também manteve a prisão preventiva dos três homens.

CASO
A Polícia Federal cumpriu no dia 26 de novembro de 2019, ordens judiciais em inquérito que apura o homicídio do cacique Antônio Mig Claudino, ocorrido em 2017, na Reserva Indígena Serrinha, no município de Ronda Alta.

A Operação Mig tem a participação de 65 policiais federais que executam nove mandados de prisão e dez de busca e apreensão nos municípios gaúchos de Pelotas, Ronda Alta, Planalto, Constantina e Três Palmeiras, e em Chapecó, no estado de Santa Catarina.

O inquérito policial apurou que o crime foi minuciosamente planejado, tanto para garantir a execução da vítima quanto para prejudicar a investigação. Ao menos uma testemunha do crime teria participado da ação, com o objetivo de atrair a vítima e, posteriormente, fornecer informações desconexas aos policiais. A investigação indica que dois “matadores”, que atuam no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, foram contratados por pelo menos quatro indígenas da região para realizar a execução. A motivação seria a disputa pela liderança, dinheiro oriundo de arrendamento de terras indígenas e vingança.

Oito pessoas foram presas, sendo duas detidas em Três Palmeiras, outras duas em Ronda Alta, uma pessoa foi detida em Constantina e outras duas em Planalto.

De acordo com o Delegado da Polícia Federal Eduardo Brandão não foram encontrados elementos que indiquem a participação do atual cacicado no crime cometido em 2017. O atual vice-cacique foi preso nesta terça-feira por porte ilegal de arma de fogo.

Durante os dois anos de investigação, diversas diligências foram realizadas, inclusive a reconstituição do crime, oitiva de aproximadamente 60 pessoas, perícias e troca de informações com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

 

Fonte: Rádio Lagoa FM / Rádio Uirapuru
Fotos: Rádio Uirapuru