A Universidade de Caxias do Sul (UCS) se despediu do maior felino do Zoológico, o Puma concolor acolhido pela Instituição em 2003 chamado Zaki. O animal, em idade avançada para a espécie, morreu aos 19 anos na quarta-feira (1º), acometido por uma crise renal. A expectativa de vida, sob cuidados humanos, é de 19 a 20 anos, enquanto na natureza varia entre 8 e 13 anos.
Diagnosticado com insuficiência renal crônica no ano passado, o animal passava por tratamento. O médico veterinário responsável técnico pelo JAZO, Gabriel Guerreiro Fiamenghi, explica que de imediato aos sinais clínicos da crise renal instituiu-se o protocolo para estabilização, com fluidoterapia intravenosa, exames de sangue bioquímicos – para verificar os marcadores de função renal – e adequação aos resultados.
O felino selvagem ainda apresentava condições geriátricas em tratamento, como artrose. Fiamenghi acrescenta que em função da senilidade, o ambiente em que o puma vivia passou por adaptações para melhor atender às suas necessidades, com reforços cognitivos a partir de enriquecimento ambiental. As medicações contínuas eram fornecidas por meio da alimentação, exclusiva à base de carne.
Carinho para Zaki
Também conhecido como onça-parda ou leão-baio, Zaki era chamado carinhosamente pelos profissionais do zoo de gato/gatão. “Amado por todos aqui no Zoo, tem uma conexão muito forte principalmente com a bióloga Cláudia Borges Machado, que estava presente quando o animal chegou, em 2003, e desde então passou a acompanhar seu desenvolvimento”, conta Fiamenghi.
Cláudia acrescenta que o felino, provavelmente retirado da toca extremamente pequeno, era muito carismático e manteve um temperamento dócil durante toda a vida. Ela considera que a longevidade do animal foi uma consequência do tratamento de excelência que recebeu dentro do Zoo. Para além do contexto profissional, a bióloga responsável técnica pontua a dor pela perda em função da relação de muito afeto estabelecida. “Criei ele com grande proximidade desde que chegou. Foram 19 anos de convivência diária”, contextualiza, em luto.